O delegado Frank Albuquerque revelou, na manhã desta quinta-feira (7), o conteúdo de um e-mail que ele considera mais uma prova material contra o empresário Alexandre Furtado Paes, apontado como assassino da fisioculturista paulista Fabiana Caggiano Paes, de 37 anos, morta no dia 2 de janeiro em Natal.
O e-mail foi enviado ao delegado pelo Crematório Caminho da Paz, localizado na cidade de Cabedelo, na Paraíba. Nele, a gerente confirma que Alexandre, por meio de uma empresa funerária potiguar, fez contato no mesmo dia em que a mulher morreu, querendo saber quais os procedimentos necessários para a cremação do corpo. ?O contato com o crematório é prova material de que ele, Alexandre, tentou se livrar das evidências que logo o incriminariam?, afirmou o delegado.
Desde a semana passada, com a expedição do mandado de prisão temporária, o viúvo é considerado foragido. Cópia da ordem judicial contra Alexandre, expedido pela Justiça potiguar, encontra-se com a polícia de Osasco, na Grande São Paulo, onde o empresário reside. Até o momento, no entanto, o empresário não se apresentou e não foi localizado. Ele não foi encontrado em casa nem na academia de sua propriedade.
No e-mail apresentado pelo delegado, a gerente do crematório diz:
A taxista Itália Caggiano, mãe de Fabiana, afirmou ao G1 que ficou surpresa ao saber que seu genro foi apontado pela polícia de Natal como o único e principal suspeito pela morte de sua filha. ?Nunca desconfiei porque eles não brigavam e ele era muito amável com ela. O motivo para ele tê-la matado só a polícia é que poderá dizer. O que quero agora é Justiça. Dez dias atrás ele estava na academia, agora fugiu para não ser preso. Peço para telefonarem para a polícia e denunciarem onde esse sujeito está. Ele tem de pagar pelo que fez?, disse a mulher.
Além de Alexandre e Fabiana, Itália, sua outra filha e mais dois sobrinhos haviam viajado a Natal.
Entenda o caso
Segundo o próprio empresário Alexandre Paes, na manhã de 28 de dezembro do ano passado, a mulher estava tomando banho quando ela teria sofrido uma queda repentina.
O Samu foi acionado e já encontrou a paulista desacordada. No dia 2 de janeiro, no entanto, a fisioculturista morreu na UTI de um hospital particular de Natal. Familiares disseram que ela, enquanto esteve internada na UTI, permaneceu todo o tempo em coma induzido.
Em razão da suposta queda, o corpo de Fabiana foi removido para autópsia no Instituto Técnico-Científico de Polícia do RN. Laudos preliminares revelaram que a vítima havia sofrido asfixia mecânica, com características de estrangulamento.
No dia 23 de janeiro, após a conclusão dos laudos realizados pelo Itep, o delegado Frank Albuquerque confirmou que a fisioculturista fora assassinada. ?As suspeitas foram confirmadas. Exames toxicológicos deram negativos. No entanto, os laudos complementares realmente apontam que Fabiana foi vítima de asfixia mecânica (estrangulamento)?, afirmou .
O delegado acusou o empresário formalmente pelo crime. Ele foi indiciado por homicídio qualificado porque teria impossibilitado a defesa da mulher.