PMs foram duas vezes à favela quando Juan morreu, aponta GPS

Jornal Nacional teve acesso a dados do sistema de localização de viaturas.

Juan ficou desaparecido entre os dias 20 e 30 de junho | Reprodução
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O Jornal Nacional teve acesso a alguns dados do GPS da viatura usada pelos PMs suspeitos de matar o menino Juan Moares, de 11 anos, na noite do crime. O sistema de localização via satélite apontou que o carro saiu da comunidade onde Juan foi morto, seguiu para uma rua atrás do 20º BPM (Mesquita), onde os PMs prestavam serviço, voltou à comunidade e depois retornou ao batalhão. Os quatro PMs suspeitos no caso participaram da reconstituição, que terminou na madrugada deste sábado (9).

O menino Juan desapareceu em 20 de junho. Somente após mais de uma semana, a perícia foi realizada. Quando encontrado, o corpo de Juan chegou a ser confundido com o de uma menina.

O caso marcado por erros levou a chefe de Polícia Civil do Rio, Martha Rocha, a assinar uma portaria para mudar a forma como as investigações têm sido feitas nos casos de auto de resistência, cobrando mais rigor na apuração de casos de morte em ações policiais.

A partir deste sábado, toda vez que um policial civil ou militar matar um suspeito durante um confronto, o delegado do caso terá que tomar medidas imediatas, como acionar uma equipe para isolar a área do crime; requisitar a perícia; e apreender as armas dos policiais envolvidos.

A Polícia Civil e a Secretaria de Segurança não quiseram comentar sobre a investigação.

?Acho que é uma portaria positiva porque reconhece que a polícia não vem fazendo o que deveria. Um auto de resistência não pode ser lavrado sem que haja elementos de convicção de que realmente foi auto de resistência?, avaliou o sociólogo Ignácio Cano.

Testemunha diz ter visto Juan ser morto por PMs

Na sexta-feira (8), uma testemunha contou ao Jornal Nacional que viu o menino Juan ser morto por PMs. "Primeiro eles mataram um bandido. Logo após o Juanzinho saiu correndo. Eles mataram o Juan e correram atrás do irmão do Juan", conta a dona de casa.

"É fundamental que a polícia consiga ouvir todas as testemunhas e garantir a proteção a essas testemunhas, garantir que elas não sejam identificadas", disse o deputado federal Marcelo Freixo, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).

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