PM e usuários de drogas entram em confronto na Cracolândia

Polícia usou bombas de gás para dispersar pessoas

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A Polícia Militar (PM) de São Paulo usou bombas de gás no início da tarde desta quinta-feira (23), contra usuários de drogas na região da Cracolândia, na Luz, centro da capital paulista. A ação provocou correria e algumas pessoas regiram lançando pedras contra os policiais e fazendo barricadas com fogo. 

De acordo com a PM, a ação foi um pedido do Corpo de Bombeiros, que solicitou apoio após uma confusão com usuários de drogas na região. Na noite do dia 7 de janeiro, a Polícia Militar fez uma ação semelhante na área, conhecida pela concentração de usuários. Diversas pessoas ficaram feridas pelas balas de borracha e estilhaços de bombas jogadas na ocasião. Um policial precisou de atendimento médico após ser atingido no rosto por um coquetel molotov. Na ocasião, a operação acabou com oito presos.

A PM deu versões diferentes sobre os motivos da ação. Primeiro, divulgou nota atribuindo a confusão ao ataque a uma base comunitária na Praça Princesa Isabel, fora da área onde foi realizada a operação. No dia seguinte, a corporação disse que interveio em uma briga entre frequentadores da região e pessoas que participavam de um culto religioso.

As duas versões foram contestadas pelos ativistas do coletivo A Craco Resiste, que atua contra violência policial na região.

Plano Redenção

Em março, a prefeitura de São Paulo deve anunciar um novo plano para a Cracolândia, chamado Redenção. A iniciativa deverá substituir o programa de redução de danos De Braços Abertos, que integra os usuários a frentes de trabalho e oferece alojamento em hotéis.

O prefeito da capital paulista, João Doria (PSDB), no entanto, afirmou em diversas entrevistas que o plano Redenção e a retirada dos usuários de drogas das ruas da Cracolândia deve ocorrer de maneira "humanitária" e sem truculência. Para o tucano, a presença de dependentes químicos nas ruas do centro de Saõ Paulo é "uma imagem ruim para as pessoas, para a cidade e para o Brasil".

* Com informações da Agência Brasil.

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