A Polícia Militar confirmou que os policiais envolvidos no caso Rafael Mascarenhas serão expulsos da corporação. A decisão foi tomada nesta terça-feira (5) pelo comandante geral da PM, coronel Mário Sérgio Duarte, que levou em conta as provas que indiciam os acusados, entre elas a de obter vantagem pecuniária.
O cabo Marcelo Bigon e o sargento Marcelo Leal já tinham sido indiciados pela Justiça Militar por corrupção passiva. De acordo com a denúncia do Ministério Público, os PMs teriam cobrado R$ 10 mil de propina para liberar o motorista Rafael Bussamra, que confessou ter atropelado o jovem, após o acidente. Os dois policiais negam as acusações.
O estudante Rafael Mascarenhas, de 18 anos, filho da atriz Cissa Guimarães, morreu em 20 de julho, vítima de atropelamento no no Túnel Acústico, na Gávea, Zona Sul, na pista sentido Gávea.
Audiências
No dia 28 de setembro, a Justiça Militar realizou uma audiência para ouvir as testemunhas de defesa dos dois policiais militares acusados de cobrar propina. O irmão de Rafael Bussamra, Guilherme, foi a única testemunha que não compareceu.
A Justiça ouviu André Liberal, o jovem que estava de carona no carro de Rafael Bussamra; os dois policiais militares responsáveis pela supervisão dos acusados de propina no dia do atropelamento; e o dono da oficina que teria começado consertar o carro do atropelador.
No dia 9 de setembro, Rafael e Roberto Bussamra, testemunhas de acusação no processo, confirmaram em juízo as negociações para o pagamento de R$ 10 mil aos PMs, tendo pago, segundo eles, apenas R$ 1 mil.
Indiciamentos pela Polícia Civil
Rafael Bussamra foi indiciado por homicídio doloso, quando há intenção de matar. A Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público contra Rafael e também contra seu pai, seu irmão e seu amigo, Gabriel Ribeiro, que estava dirigindo outro carro no túnel.
De acordo com a delegada Bárbara Lomba, a pena para o motorista Rafael Bussamra pode chegar a 34 anos de prisão, somando os crimes de homicídio doloso, corrupção ativa, fuga e fraude processual.