PM, cadeirante e pessoas em ponto de ônibus são detidas em protesto

Ao menos 23 pessoas foram presas durante os protestos na noite de segunda-feira

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Um policial militar do Batalhão de Choque foi preso na 5ª Delegacia de Polícia (Gomes Freire), acusado de abuso de autoridade, segundo informações de integrantes da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ), durante o protesto contra a tarifa do transporte coletivo no Rio de Janeiro. Ele liderou uma ação que deteve oito jovens no Mergulhão da praça Quinze. Um dos jovens era o estudante de cinema João Paulo André Fuentes, que é cadeirante, e chegou a ser encaminhado à delegacia.

"Fui à manifestação com meus amigos e estava no ponto de ônibus. Os policiais nos abordaram e nos trouxeram para cá", disse ele, na porta da delegacia.

De acordo com integrantes da OAB, o PM, que não teve o nome divulgado, discutiu com policiais civis ao ser questionado sobre a prisão do grupo de jovens. Isso teria sido o estopim para que ficasse na delegacia. Colegas dele, do Batalhão de Choque, demonstraram, na porta da delegacia, bastante irritação com a medida.

Ao menos 23 pessoas foram detidas durante as manifestações, das quais oito já tinham sido liberadas no início da madrugada desta terça-feira. Entre os presos estão pessoas que estavam em pontos de ônibus, após o protesto. Também foram detidos suspeitos de saquear lojas na imediações da Alerj, e de terem depredado prédios.

Outras três pessoas teriam sido baleadas por armas letais na manifestação em frente à Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). Ao todo, deram entrada no hospital Souza Aguiar oito feridos. A chefe da Polícia Civil, Martha Rocha, chegou à sede da instituição por volta de 1h, mas não deu qualquer declaração.

O protesto

Depois de um começo de manifestação pacífico, a polícia e os manifestantes entraram em confronto durante os protestos contra o aumento da passagem no Rio de Janeiro. O enfrentamento aconteceu em frente à Alerj, que recebeu forte policiamento para evitar pichações. Os manifestantes fizeram fogueiras nas imediações do prédio e atearam fogo em um carro virado no estacionamento funcional da Assembleia Legislativa (Alerj). Pelo menos 15 focos de incêndio foram contados pela reportagem.

Policiais militares tentaram dispersar os manifestantes que se aproximaram, e estes reagiram com fogos de artifício e jogando pedras. A polícia então usou balas de borracha, gás lacrimogêneo e spray de pimenta. Houve tumulto e correria na região da Assembleia, e alguns manifestantes quebraram vidraças de lojas e agências bancárias, enquanto outros picharam as pilastras do Palácio Tiradentes, sede do Legislativo estadual.

Uma pessoa foi detida, acusada de invadir um carro oficial da Assembleia. O manifestante foi levado para a 5ª Delegacia de Polícia.​

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