A Polícia Federal prendeu neste sábado (16), em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, o piloto do avião que fez um pouso forçado no interior de São Paulo com 500 quilos de cocaína, após interceptação de um caça da Força Aérea Brasileira (FAB). O homem que não teve a identidade revelada estava foragido desde o dia 18 de janeiro, quando foi realizada a interceptação e apreensão da droga.
De acordo com a PRF, o mandado de prisão preventiva só foi expedido pela Justiça Federal no último dia (14). A polícia cumpriu mandados de busca, com o objetivo de fechar o cerco de outros possíveis membros da quadrilha. Conforme a investigação, a suspeita é de que o piloto prestava serviços para quadrilhas envolvidas com o tráfico internacional de cocaína.
Ainda de acordo com a PF, as investigações e buscas continuam de forma efetiva, e o investigado responderá pelos crimes de tráfico internacional de entorpecentes.
ENTENDA O CASO
O avião foi identificado pelo Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle Aéreo (Cindacta) quando cruzou a fronteira entre o Paraguai e o Brasil, na região de Mato Grosso do Sul, em janeiro deste ano. Nesse momento, duas aeronaves caças A-29 Super Tucanos foram designadas para acompanhar o avião suspeito, que não havia apresentado um plano de voo. Após a confirmação da suspeita de voo clandestino, o comandante de um dos caças deu a ordem ao piloto do avião suspeito para realizar um pouso imediato em um aeroporto ou aeródromo.
O piloto do avião clandestino foi forçado a fazer um pouso de emergência em uma plantação de soja na cidade de Santa Cruz do Rio Pardo, no interior do estado de São Paulo. Segundo relatos da polícia local, testemunhas afirmaram que duas pessoas abandonaram a aeronave e fugiram para uma área de mata nas proximidades.
No entanto, a Polícia Federal informou que apenas o piloto estava a bordo da aeronave, que tinha a cabine repleta de drogas. A quantidade total de cocaína apreendida foi de 528 quilos, avaliada em mais de R$ 15 milhões.
Somente no decorrer deste ano, a Polícia Federal realizou outras cinco significativas apreensões de drogas em voos clandestinos envolvendo pequenas aeronaves. Em março, por exemplo, um avião foi interceptado por um caça Super Tucano da Força Aérea Brasileira (FAB) em Alta Floresta, Mato Grosso, com o piloto fugindo e abandonando 485 quilos de cocaína.
Em abril, o piloto de outra aeronave deixou para trás 383 quilos da droga em uma pista de pouso em Pimenteiras, Rondônia. No mesmo estado, em Cacoal, foram confiscados 390 quilos de cocaína que haviam sido desembarcados de um avião. Em julho, caças da FAB forçaram o pouso de uma aeronave com 500 kg da droga em Gavião Peixoto, próximo a Araraquara, no interior de São Paulo.
No mesmo mês, uma aeronave realizou um pouso forçado na zona rural de Tuneiras do Oeste, no Paraná, após ser interceptada por caças da Força Aérea. Os ocupantes incendiaram o avião e fugiram com parte da droga, sendo que dez quilos foram recuperados nas proximidades da aeronave. Um indivíduo foi detido posteriormente relacionado ao avião.