De dentro do presídio Ary Franco, em Água Santa, no subúrbio, e do complexo de segurança máxima de Bangu, na Zona Oeste do Rio, um grupo de criminosos comandava o tráfico de drogas e armas do Paraguai para o Brasil. Após seis meses de investigação, a PF deflagrou a Operação Patente e prendeu só nesta quinta-feira (17) três pessoas acusadas de participar do esquema - um no Rio e dois em São Paulo. Outras cinco foram presas na quarta-feira (16) e mais cinco já estavam presas. A polícia procura agora três foragidos.
Segundo a PF, ao todo foram expedidos 16 mandados de prisão e 15 de busca e apreensão. A informação anterior, no entanto, dizia que eram 15 mandados de prisão e 16 de busca e apreensão, e que seis pessoas haviam sido presas nesta quinta, mas a Polícia Federal corrigiu os dados durante uma coletiva na sede da unidade, na Zona Portuária.
Os cinco presidiários apontados como integrantes do esquema receberam voz de prisão na carceragem e agora vão responder por mais um delito, desta vez, por tráfico de drogas e associação para o tráfico.
De acordo com o delegado Anderson Bichara, responsável pela investigação, os presos se comunicavam com os comparsas e advogados por telefones celulares e por intermédio de amigos e parentes durante as visitas mensais. As celas se transformaram nos escritórios do grupo, que era liderado por uma facção criminosa do Rio e outra de São Paulo.
A PF informou que os criminosos de São Paulo eram responsáveis pela coordenação e logística do transporte de armas.
Advogada está entre os presos
Na quarta-feira (16), cinco suspeitos de participar do grupo, incluindo uma advogada, foram presos durante um almoço em um restaurante de luxo em Copacabana, na Zona Sul do Rio. De acordo com a polícia, o chefe do grupo seria um homem que foi solto da cadeia há 10 dias. Os agentes da PF surpreenderam um dos acusados no Aeroporto Internacional do Rio, na Ilha do Governador. Segundo a polícia, ele pertence a um grupo criminoso de São Paulo.
As investigações da Polícia Federal apontam que as armas eram compradas nas cidades Coronel Sapucaia, no Mato Grosso do Sul, e Capitan Bado, no Paraguai, e transportadas de carro ou caminhão para o Brasil.
Destino das armas
O destino dos fuzis, pistolas e submetralhadoras eram as favelas da Baixada Fluminense. Ainda de acordo com a polícia, um dos objetivos do grupo era usar o armamento para a invasão e domínio de territórios de favelas em Petrópolis, na Região Serrana. Com a chegada das UPPs nas comunidades cariocas, os criminosos estavam procurando expandir o tráfico para outras regiões do estado.
O delegado Anderson Bichara afirmou que durante a tentativa de invasão, ocorrida há dois meses em Petrópolis, foram apreendidos 13 pistolas, uma submetralhadora, carregadores e munições, além de 140 quilos de maconha e 300 sacolés de cocaína. Durante a ação, um menor foi detido e oito homens suspeitos de tráfico foram presos.