PF investiga suspeitos de obrigar modelos adolescentes a tirar fotos nuas

Se identificados, os suspeitos responderão pelo crime previsto no artigo 241-A do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)

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A Polícia Federal (PF) em Pernambuco investiga o caso de duas modelos que teriam sido ameaçadas e obrigadas a enviar fotos de nudez quando eram adolescentes, em 2008. Além das duas vítimas, a empresária Silvia Furtado, dona de uma agência de modelos, também prestou depoimento na quarta-feira.

Uma das modelos informou em seu depoimento que em 2008, quando tinha 15 anos, recebeu ameaças pelo comunicador instantâneo Messenger de uma pessoa não identificada. Essa pessoa, segundo a modelo, exigia fotografias suas, sem roupas. Caso não fosse atendida, ameaçava causar algum mal ao seu namorado, pois dizia saber onde ele morava e trabalhava. Diante das ameaças, a jovem produziu as imagens e as enviou, deixando de manter contato com o suspeito.

Porém, em setembro de 2012, o dono de um perfil do Facebook a ameaçou novamente, alegando que caso não fosse fornecido fotografias suas atuais, sem roupa, as fotos feitas quando ela era adolescente seriam divulgadas na internet. Pouco tempo depois, a modelo descobriu que as suas imagens já haviam sido divulgadas na web, vinculadas a uma campanha contra o câncer de mama. Segundo a denúncia, os suspeitos enganaram a empresária Silvia Furtado, solicitando à agência fotografias de mulheres e adolescentes com os seios à mostra, sob o pretexto de auxiliar na campanha.

Ao tomar conhecimento do esquema, a empresária procurou a PF para fazer a denúncia. Foram entregues na Delegacia de Defesa Institucional fotos de nudez das adolescentes, assim como conversas registradas em chats e redes sociais com os supostos autores da publicação.

Se identificados, os suspeitos responderão pelo crime previsto no artigo 241-A do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que tipifica a conduta de "oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou divulgar por qualquer meio, inclusive por meio de sistema de informática ou telemático, fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente". As penas variam de 3 a 6 anos de prisão

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