Policiais civis presos nesta quinta-feira na Operação Drake, da Polícia Federal e do Ministério Público do Rio (MPRJ), teriam vendido fuzis apreendidos para uma facção, como represália a uma quadrilha que não tinha pago um resgate para a liberação de um preso. A informação consta na denúncia do MPRJ e em relatório da PF.
De acordo com o relatório de inteligência, a equipe da Delegacia de Repressão a Roubos e Furtos de Cargas (DRFC) exigiu R$ 500 mil para liberar um homem que teria sido preso e conduzido à Cidade da Polícia.
O homem em questão é irmão do traficante Rodrigo da Silva Caetano, conhecido como Motoboy, um dos chefes do tráfico nas comunidades Nova Holanda e Parque União, no interior do Complexo da Maré, na Zona Norte da cidade.
O pagamento foi pedido pelos policiais civis após eles terem liberado um cabo da policial militar do Batalhão da Maré e um segundo homem que eram mantidos "reféns" pelo grupo. Como o traficante estava "suspenso da boca" não teria como honrar com o pagamento de R$ 500 mil para liberar o irmão.
Um emissário levou R$ 100 mil aos policiais com a promessa de pagar os outros R$ 400 mil num outro momento.
No entanto, em razão de não ter recebido o valor integral, como forma de vingança, em momento posterior, a equipe da DRFC teria apreendido 31 fuzis da facção e vendido 29 para a facção rival, o Terceiro Comando Puro (TCP), nas comunidads da Maré e Acari. Pistolas e cocaína também foram comercializadas. Depois, teriam formalizado a apreensão de apenas 2 fuzis e drogas. De acordo com as investigações, os policiais ainda ficaram com cerca de R$ 1,4 milhão dos traficantes.
A apreensão foi apresentada dia 17 de julho, como tendo sido realizada no Complexo da Penha, Zona Norte do Rio. Os agentes também apresentaram 200 kg de maconha e 20 kg de pasta base de cocaína.
Um policial procurou a PF e denunciou o esquema. Um relatório da civil foi enviado para a PF afirmando que houve uma apreensão de fuzis, mas apenas 2 foram apresentados.
Segundo a denúncia, os policiais teriam usado a inteligência da civil para apreender armas e extorquir dinheiro de traficantes. Os policiais civis teriam montado uma operação e foram para a Vila Cruzeiro porque descobriram pela inteligência que as armas estavam sendo mantidas na comunidade.