Uma pesquisa realizada por uma geógrafa teresinense mostrou que 70% dos homicídios registrados em Teresina são cometidos com arma de fogo. O dado consta na pesquisa de conclusão de curso apresentado por ela para graduação em Geografia na Universidade Estadual do Piauí (Uespi).
Letícia Braz de Macedo abordou a temática da violência urbana avaliando dados de 2017 a 2019. Através das informações obtidas junto à Secretaria de Segurança Pública do Piauí, ela constatou que os envolvidos nesses crimes são, em sua maioria, adolescentes e jovens; mais de 50% dos autores e vítimas tinham baixo nível de escolaridade; e eram desempregados ou possuíam empregos informais.
"Com o banco de dados da Secretaria, eu pude sistematizar um outro banco de dados, onde selecionei informações das vítimas e autores relacionados a sexo, cor da pele, idade, ocupação, grau de escolaridade e com relação aos locais de ocorrência, coletei as coordenadas geográficas para plotar nos mapas os pontos de ocorrência", explicou.
Com um grande volume de dados, a geógrafa identificou os focos por região. Na zona Centro-Norte houve um maior número de ocorrências de homicídios entre 2017 e 2019, mais precisamente nas regiões da Santa Maria da Codipi, Parque Brasil e Poti Velho.
A zona Sul é a segunda mais violenta com focos de homicídios registrados nos bairros Santo Antônio, Angelim, Vila Irmã Dulce, Portal da Alegria, bem como Parque Piauí e Promorar.
Na zona Leste, a concentração de homicídios se deu no bairro Pedra Mole, Verde Lar, Vale Quem Tem, além do Satélite e Samapi. A zona Sudeste, segundo o levantamento, é a região com menos ocorrências, concentrando focos nos bairros Itararé e Gurupi.
"A gente pode observar, ao visualizar os mapas, que os bairros que mais apresentam ocorrências são justamente os mais afastados do Centro, que estão mais na periferia da cidade", explicou.
Apesar dos dados negativos, a aluna reafirmou a importância do trabalho para a melhoria da sociedade. “Meu intuito é que meu trabalho sirva de base para abrir vários leques, não sendo restrito somente à ciência geográfica. Conhecimento é sinônimo de transformação”, ressaltou.