Pescador diz ter ouvido gritos antes de carro de advogada afundar em represa

Para Olim, não resta dúvidas de que a advogada foi assassinada e que não foi mantida em cativeiro

Morte de advogada | Globo.com
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O pescador que disse ter visto o carro de Mércia Nakashima entrar na represa de Nazaré Paulista, no interior de São Paulo, afirmou ainda que viu um homem sair do carro. Em depoimento prestado na tarde desta segunda-feira (14) à Polícia Civil, ele disse ainda ter escutado duas vezes um grito fino antes de o carro afundar. Naquele momento, ele achou que os gritos eram de uma criança. .

Ele disse que estava pescando na represa no dia 23 de maio (o mesmo do desaparecimento da advogada) quando o carro se aproximou da margem apenas com a lanterna ligada, à noite. Segundo o pescador, um homem alto desceu do lado do motorista e deu a volta no veículo. O carro boiou por três minutos. Logo depois, o carro desapareceu na água. "O carro com certeza deve ter sido empurrado", disse o o delegado Antônio Olim, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). O perito do DHPP Renato Pattoli já havia aventado a hipótese.

O veículo e o corpo da advogada foram encontrados, respectivamente, na quinta (10) e na sexta-feira (11).

Para Olim, não resta dúvidas de que a advogada foi assassinada e que não foi mantida em cativeiro, já que o carro foi jogado na represa no mesmo dia do sumiço.

O advogado Mizael Bispo, de 40 anos, é considerado o principal suspeito pelo desaparecimento e pela morte da ex-namorada de 28 anos. Ele pode ter tido a ajuda de outra pessoa, segundo a polícia. Bispo nega todas as acusações e se diz inocente pelos crimes.

Foi a partir da ligação do pescador que os bombeiros encontraram o Honda Fit e o corpo de Mércia. De acordo com o delegado, a testemunha não falou para ninguém sobre o caso durante uma semana. "No dia 29 (de maio), ele foi cortar o cabelo próximo à casa da Mércia (Nakashima) e comentou com o Zezinho (nome fictício), que é o barbeiro. Esse Zezinho foi até o telefone público que fica perto do salão dele e discou para o 181 (número do disque-denúncia da Polícia Civil para denunciar casos de violência) e passou os dados. O 181 deu a resposta que o caso já estava no Departamento de Homicídios", disse Olim.

No domingo (30), segundo o delegado, o barbeiro procurou a família de Mércia Nakashima, diante da repercussão do caso na imprensa e passou as informações para o pai dela. "Passados alguns dias, eles mesmos (da família de Mércia) foram com esse senhor (o pescador) ao local (onde o carro tinha sido jogado)", afirmou Olim.

De acordo com o delegado, o pescador completou 50 anos na véspera do ocorrido, e é uma pessoa "que não bebe e não fuma". "É uma pessoa humilde, uma pessoa que está com medo, e com medo das pessoas que estão envolvidas", disse Olim.

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