O sargento da Força Aérea Brasileira (FAB) Manoel Silva Rodrigues, condenado por tentar transportar 39 quilos de cocaína em um avião presidencial, deixou pistas curiosas sobre sua prática criminosa. Ele se hospedou em um motel no Núcleo Bandeirante para realizar o repasse da droga, e as autoridades chegaram a essa conclusão depois de encontrar um pente do estabelecimento em sua mochila.
A suspeita sobre o motel surgiu quando investigadores encontraram uma mensagem da esposa de Rodrigues, questionando-o sobre o pente com a logo do motel que estaria em sua mochila. “Manoel, sereno, confirma [à esposa] que pegou o item no citado motel, depois a adverte, pois tinha avisado sobre ter ido ao local antes da viagem para o Azerbaijão. A ida de Manoel a um motel, com o conhecimento de sua esposa, que se mostra nas mensagens ser uma pessoa ciumenta, intrigou a equipe de investigação”, relatou o processo no Superior Tribunal Militar (STM).
Desconfiança da esposa
Rodrigues utilizou o motel como ponto de passagem das drogas em pelo menos duas ocasiões: 28 de abril e 25 de maio de 2019. No dia 29 de abril, ele viajou para o Azerbaijão, fazendo uma escala em Madri, e foi nesse momento que o pente do motel foi deixado na mochila, chamando a atenção da esposa. No caso que veio à tona, em junho de 2019, quando o sargento tentou embarcar com os 39 kg de cocaína, ele havia visitado o motel dois dias antes e permanecido no local por pouco mais de uma hora.
Em sua sentença final, proferida no fim de 2024, o STM declarou Manoel Silva Rodrigues culpado e o condenou a 17 anos de prisão. Apesar das investigações apontarem a possível participação de outras pessoas, incluindo militares da FAB, somente Rodrigues foi condenado pelo crime. A defesa do sargento foi procurada, mas não se manifestou sobre o caso.