rapina I, na Serra, região Metropolitana de Vitória. A mulher do pedreiro, que preferiu não se identificar, disse que o homem também agredia os outros dois filhos do casal. De acordo com o delegado Rodrigo Sandi Mori, a mulher, de 24 anos, se encontrava em cárcere privado. A agressão à criança ocorreu nesta sexta-feira (7).
A polícia foi acionada pela própria esposa do pedreiro. Os policiais chegaram na casa da família para efetuar a a prisão do suspeito, que tentou fugir, mas foi cercado. De acordo com a esposa, os vizinhos a incentivaram a acionar a polícia. "Eu já não aguentava mais ver os meus filhos sendo agredidos. Eu também apanho do meu marido. Agora só quero dormir e descansar em paz na minha casa", disse a mulher.
Segundo o delegado, o suspeito não permitia que a mulher saísse de casa. "A esposa não denunciou antes porque era ameaçada de morte. Ele não deixava ela sair de casa, por medo de que ela procurasse uma delegacia", relatou o delegado.
A menina agredida disse que apanhava com frequência. "Não gosto do meu pai. Ele bate em todo mundo lá em casa, em mim e nos meus irmãos. Ele agride minha família sempre. Pedi ao delegado que ele fique na cadeia, porque não gosto dele. Eu quero que ele apodreça na cadeia. Uma vez quase quebrou meu pescoço. Se eu pedisse para ele parar, ele batia mais ainda, até cansar. Só fico feliz quando ele não está em casa", contou a criança.
"Dessa vez, doeu muito, fiquei igual a uma paralítica. Não consegui andar direito, fiquei só no sofá. Uma vez ele me bateu por causa de uma caneta. Eu fico muito triste com isso. Eu tenho vontade de me formar em uma faculdade e ter um bom trabalho. Se eu pudesse vê-lo agora, eu ficaria calada, não falaria nada. Eu vou ter muito medo se ele sair da cadeia. Ele vai matar a gente. Ele ameaça a gente de morte, já tentou nos dar veneno", disse a menina, aos prantos.
A outra filha do agressor, de 7 anos, também relatou agressões. "Eu tenho medo dele. Ele dizia que se chorasse ia me bater mais", disse.
O pedreiro disse que não machucou a filha. "Só dei três varadas nela. Não espanquei", declarou o homem, que foi atuado pelos crimes de lesão corporal e cárcere privado qualificado. O nome do agressor foi preservado, para que as vítimas não sejam identificadas.