Pai que acusa padre de abusar da filha será indiciado por extorsão

Segundo investigação, ele pediu que menina filmasse as relações sexuais

Ubiratan Homsi com sua filha de 10 anos, que teria sido violenta pelo padre aos 7 | Agência O Dia / Estadão Conteúdo
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Ubiratam Homsi, que acusa um padre em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, de abusar de duas de suas filhas, será indiciado por tentativa de extorsão, como mostrou o RJTV. Segundo investigação da Polícia Civil, ele tentou tirar vantagens econômicas do sacerdote Emilson Soares Corrêa, de 56 anos, em troca da não divulgação de um vídeo em que uma de suas filhas gravou, a pedido de Homsi, com uma amiga de 15 anos mantendo relações sexuais com o padre.

Como o sexo foi consensual e as duas eram maiores de 14 anos, a situação revelada no vídeo não configura crime. No entanto, há outra acusação. Emilson teria feito carícias em outra filha de Ubiratam, quando ela tinha 7 anos, e por isso foi também foi indiciado, por estupro de incapaz. Como informou o Jornal Extra, o caso teria ocorrido há três anos, de acordo os depoimentos dados na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) do município.

O padre, que foi afastado de suas funções, nega ter tocado na criança e o exame feito pela menina constatou que ela é virgem. Mas segundo relato da menor, o sacerdote havia tocado suas partes íntimas, o que para a lei já é suficiente para considerar crime. Segundo os agentes, o padre prestou depoimento e negou ter abusado sexualmente da menor.

Responsável pela paróquia da Igreja Nossa Senhora do Rosário e São Benedito, no bairro do Cubango, Emilson teria sido flagrado fazendo sexo com a filha mais velha de Homsi na casa paroquial, mas, segundo a Polícia Civil, até a última atualização desta reportagem, o vídeo não havia sido entregue à delegada que investiga o caso, Marta Dominguez.

"Em depoimento, a jovem disse que às vezes se encontrava com o padre na sua própria casa e, outras vezes, na casa paroquial. Ainda não tivemos acesso ao vídeo. Vou dar um prazo de 48 horas para que o pai traga a gravação. Se ele não trouxer, vai responder por desobediência", disse a delegada.

Em entrevista à Rádio Globo, o pai das vítimas, Ubiratan Homsi, confirmou a existência do vídeo, gravado por ordem dele. "Esse vídeo é uma prova da pouca vergonha."

O advogado Roberto Vitagliano, que defende o padre, diz que o religioso admite ter tido um relacionamento com a jovem de 19 anos, somente em 2012, quando ela já era maior. O padre nega ter abusado da irmã dela, hoje com 10 anos.

"Ele é juridicamente inocente, não cometeu crime algum. A criança foi manipulada pelo pai. Ele assume a responsabilidade de seu ato com a maior, tanto que tomou a iniciativa de ir ao Ministerio Público. Ele foi afastado de suas funções e vai responder por isso perante a Igreja. A Bíblia mesmo diz que a carne é fraca. Ele cometeu um erro e se responsabiliza por isso, mas não cometeu crime algum. Sua postura vai ser julgada pela Igreja. O crime de estupro de vulnerável não tem qualquer fundamento", disse o advogado, destacando que o padre é uma pessoa simples e que está muito abalado.

A Arquidiocese de Niterói informou, por meio de nota, que está apurando o caso e que o padre Emilson Soares Corrêa foi suspenso temporariamente de suas funções. A entidade garantiu que o indiciado não é responsável por nenhuma paróquia. O padre disse estar afastado desde 23 de novembro de 2012, quando deu entrada no Ministério Público, segundo ele quando passou a ser ameaçado pelo pai das meninas.

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