O pai da menina Júlia Martins Rodrigues, de 4 anos, que morreu durante um tiroteio, contou que tentou proteger a filha ao perceber os tiros na rua da casa onde mora, no Setor Vera Cruz II, em Goiânia. Luiz Martins de Paiva acredita que a mesma bala que o atingiu no braço perfurou a cabeça da filha. Segundo ele, após serem baleados, os dois caíram juntos.
“Meu amigo [que estava no local na hora do crime] empurrou ela para dentro da sala. O [irmão dela] de 6 anos foi e escondeu atrás da geladeira. Ela voltou, que ela só tem 4 anos. Quando eu fui empurrar ela eu senti a fisgada da bala entrando e saindo [do meu braço] e entrando no ouvidinho dela. Ela caiu junto comigo. A mesma bala que me atingiu matou minha filha”, disse em entrevista à TV Anhanguera.
Durante o velório e enterro da filha, que ocorreram no domingo (30), ele também lembrou o momento logo após o tiro. “Quando ela caiu que eu vi aquela manchinha no ouvido, na hora eu pensei: ‘matou minha filha’. Aí você não tem chão mais. [...] A gente só lembra das coisas boas, que ela nunca fez coisas ruins. Era muito querida”, afirmou.
Apesar de ter sido baleado no braço, ele não teve ferimento grave, recebeu um curativo e teve o membro enfaixado.
O crime aconteceu no sábado. Segundo testemunhas, criminosos invadiram uma casa na região para matar dois homens. Um foi assassinado e o outro fugiu, entrando na residência da família da criança, por isso os autores o seguiram atirando. Além do pai e da filha, o homem que era perseguido também teria sido atingido. No entanto, ele ainda não foi identificado e não há informações sobre o estado de saúde dele.
De acordo com o comando do grupo Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas (Rotam), da Polícia Militar, um suspeito foi preso e outros dois criminosos já foram identificados e são procurados pela polícia.
A PM informou, por meio de nota, que uma das vítimas reconheceu o preso, que foi deixado aos cuidados da Polícia Civil na Central de Flagrantes. Também conforme o texto, a corporação conseguiu apreender a arma usada no crime.