A Polícia Civil de Jaborandi (418 km de São Paulo) investiga a denúncia feita por um garoto de que um padre de 61 anos lhe mostrou uma carta propondo que eles tivessem relação sexual.
Responsável pela igreja na cidade, a Diocese de Barretos afastou das funções o religioso até a conclusão da apuração.
O caso veio à tona depois que dois garotos, de 13 e 15 anos, procuraram o Conselho Tutelar da cidade para se queixar do religioso.
Segundo a conselheira tutelar Sonia Regina Modenezi, os dois acusaram o padre de propor sexo e de ter tentado tocá-los nas partes íntimas.
Pela versão deles, diz Modenezi, cada um foi chamado separadamente à casa do religioso. Ao primeiro, de 15 anos, o padre teria prometido dar um perfume como presente de aniversário.
O site tentou, mas não conseguiu falar com o religioso.
O bispo Edmilson Amador Caetano, responsável pela Diocese de Barretos, que abrange Jaborandi, disse que decidiu afastar o padre por uma questão de praxe, mas que isso não pressupõe culpa do religioso.
Na casa do padre, segundo o adolescente, ele teria lhe mostrado a carta e tentado lhe tocar, mas o garoto disse ter empurrado o padre.
Dias depois, o outro garoto, de 13 anos, teria sido chamado pelo suspeito, que lhe mostraria fotos da formatura do catecismo, espécie de escola de formação religiosa.
Como no depoimento anterior, diz a conselheira, o garoto mais novo contou que o padre lhe ofereceu um presente --o que foi recusado-- e que o deixou sozinho para ler a carta com a sugestão de sexo.
O jovem teria aproveitado a saída do padre para tirar uma foto da carta com seu celular antes de ir embora.
Ainda segundo a conselheira, outros seis meninos do catecismo ouvidos por ela confirmaram que o padre oferecia presentes, mas sem proposta sexual.
O delegado César Martins disse que aguarda resultado da perícia policial para comparar a caligrafia do padre à da carta.