Padre é indiciado por abuso sexual de menina de 7 anos

Emilson Corrêa é suspeito de abusar de menina de 7 anos e da irmã dela. Pai das meninas teria gravado vídeo para tentar provar o crime

Pai das meninas teria gravado vídeo para tentar provar o crime | Reprodução
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A Polícia Civil indiciou um padre da Igreja Católica por estupro de vulnerável de uma menor de idade em Niterói, na Região Metropolitana do Rio. O caso teria ocorrido há três anos, quando a menina tinha 7 anos, de acordo os depoimentos dados na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) do município.

Além da menina, Emilson Soares Corrêa, de 56 anos, também é suspeitos de ter se relacionado sexualmente com a irmã dela, de 19 anos e é afilhada do padre, desde quando ela tinha 13 anos, segundo o pai da jovem. Ela contou à família, no entanto, que mantinha relações sexuais com o padre há três anos.

Depois da confissão, a jovem foi orientada pelo pai a gravar um vídeo do encontro com o padre. A menina então, teria chamado uma amiga de 15 anos, que topou gravar o vídeo. É esta menina que aparece nas imagens em relações sexuais com o padre. A partir de 14 anos, quando não há violência e o sexo é consensual, não configura crime, como esclareceu a delegada Marta Dominguez, da Deam de Niterói.

O padre, que fora responsável pela paróquia da Igreja Nossa Senhora do Rosário e São Benedito, no bairro do Cubango, teria sido flagrado fazendo sexo com a adolescente na casa paroquial, mas, segundo a Polícia Civil, o vídeo não foi entregue à delegada que investiga o caso, Marta Dominguez.

"Em depoimento a jovem disse que às vezes se encontrava com o padre na sua própria casa e outras vezes, na casa paroquial. Ainda não tivemos acesso ao vídeo. Vou dar um prazo de 48 horas para que o pai traga a gravação. Se ele não trouxer, vai responder por desobediência", disse a delegada.

Em entrevista à Rádio Globo, o pai das vítimas, Ubiratan Homsi, confirmou a existência do vídeo, gravado por ordem dele. "Esse vídeo é uma prova da pouca vergonha." A jovem que aparece fazendo sexo com o padre não é a filha dele.

Emilson Soares confessou ter mantido relações sexuais com a irmã mais velha, mas apenas quando ela completou 18 anos, em 2012. Apesar disso, ele vai responder por estupro de vulnerável, por conta do abuso da mais nova. Com relação ao vídeo com outra menor, a delegada disse que vai investigar e ver era um hábito do religioso se relacionar com menores.

"O crime de exploração sexual depende da habitualidade do fato. Se isso ocorre com frequência, ele pode responder por isso também", disse a delegada Marta.

A menina de 10 anos passou por um exame de corpo de delito que comprovou que ela ainda é virgem. Mas segundo relato da menor, o sacerdote havia tocado suas partes íntimas, o que para a lei já é suficiente para considerar crime. Segundo os agentes, o padre prestou depoimento e negou ter abusado sexualmente da menor.

De acordo com a delegada Marta Dominguez, a denúncia deverá ser encaminhada à justiça na próxima semana. Além de ver o vídeo, ela pretende ainda ouvir a menor que aparece na gravação. Ela também quer ouvir novamente Ubiratan e a filha dele de 19 anos, sobre o suposto caso de extorsão.

O padre disse ainda que foi chantageado depois que o vídeo foi gravado. Segundo Emilson, o pai pediu dinheiro e uma casa para não divulgar as imagens. Ele não concordou e fez uma petição ao Ministério Público, em novembro de 2012, relatando o ocorrido.

O advogado Roberto Vitagliano, que defende o padre, diz que o religioso admite ter tido um relacionamento com a jovem de 19 anos, somente em 2012, quando ela já era maior. O padre nega ter abusado da irmã dela, hoje com 10 anos.

"Ele é juridicamente inocente, não cometeu crime algum. A criança foi manipulada pelo pai. Ele assume a responsabilidade de seu ato com a maior, tanto que tomou a iniciativa de ir ao Ministerio Público. Ele foi afastado de suas funções e vai responder por isso perante a Igreja. A Bíblia mesmo diz que a carne é fraca. Ele cometeu um erro e se responsabiliza por isso, mas não cometeu crime algum. Sua postura vai ser julgada pela Igreja. O crime de estupro de vulnerável não tem qualquer fundamento", disse o advogado, destacando que o padre é uma pessoa simples e que está muito abalado.

O padre Emilson esteve na Deam nesta terça acompanhado de seu advogado. Ele levou três testemunhas de que estava senso extorquido pelo pai das jovens, sendo uma delas um padre e a outro ao advogado da Arquidiocese. Ele deixou a delegacia por volta das 14h, mas não quis dar nenhuma declaração.

A Arquidiocese de Niterói informou, por meio de nota, que está apurando o caso e que o padre Emilson Soares Corrêa foi suspenso temporariamente de suas funções. A entidade garantiu que o indiciado não é responsável por nenhuma paróquia. O padre disse estar afastado desde 23 de novembro de 2012, quando deu entrada no Ministério Público, segundo ele quando passou a ser ameaçado pelo pai das meninas.

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