Padre acusado de estupro, vai responder por atentado ao pudor

- Não houve conjunção carnal e, à época do crime, ainda estava em vigor a lei antiga

Lei antiga beneficiou padre | Reprodução
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O padre Emilson Soares Corrêa, ex-pároco da igreja Nossa Senhora do Amparo, em São Gonçalo, e acusado por duas irmãs de estupro, foi denunciado à Justiça por atentado ao pudor. Já o pai e a mãe das meninas vão responder por extorsão. A denúncia foi oferecida pelo promotor Rubem Vianna, da 7ª Promotoria de Investigação Penal.

O caso veio à tona em fevereiro deste ano, após divulgação de um vídeo em que o padre aparecia fazendo sexo com a irmã mais velha e uma amiga de 15 anos. De acordo com o magistrado, o religioso não vai responder por estupro porque a legislação vigente à época dos fatos tratava o crime de forma diferente.

- Não houve conjunção carnal e, à época do crime, ainda estava em vigor a lei antiga, que diferenciava estupro de atentado. Como o padre só tocou as partes íntimas da menina quando ela tinha 13 anos, ele se enquadra na tipificação. Já os pais ameaçaram o padre na própria casa deles ao apresentarem as filmagens ao religioso. Eles afirmaram que ele poderia até morrer se o namorado da filha saísse da prisão - afirma Vianna.

Emilson pode pegar de três até nove anos de prisão. Se respondesse por estupro, a pena seria de 6 a dez anos.

Na decisão, ele argumenta que os pais da menina constrangeram o padre "mediante ameça expressa de divulgação pública de um vídeo contendo cenas de sexo entre Emilson e sua filha e velada de morte, presente o intuito de obter para si vantagem econômica". Já a acusação da irmã menor, que afirma ter sido abusada pelo padre aos sete anos em um sítio, vai ser analisada pela promotoria de Itaboraí, afinal o crime teria acontecido nessa comarca.

O advogado do padre, Roberto Vitagliano, comentou a decisão do MP:

- Vamos comprovar que o padre é inocente e foi ludibriado pelas meninas. As imagens só provam que as meninas tinham controle da situação - afirmou.

O pai foi procurado para comentar a denúncia, mas não foi encontrado.

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