A mãe e padrasto do menino Joaquim Ponte Marques deixaram os locais onde estão presos na manhã desta segunda-feria (6) e foram levados para a Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Ribeirão Preto (SP), antes de serem transferidos definitivamente aos presídios onde deverão permanecer até o julgamento do caso. A psicóloga Natália Ponte e o técnico em TI Guilherme Longo tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça no última sexta-feira (3), a pedido do Ministério Público, que denunciou ambos pela morte do garoto.
Natália Ponte deixou a Cadeia Feminina de Franca (SP) por volta das 9h30 acompanhada de investigadores e do novo advogado, Nathan Castelo Branco, recém-instituído pela família. Ela chegou à DIG por volta de 10h30. Longo por sua vez, deixou a Delegacia Seccional de Barretos (SP) - onde está preso desde o dia 10 de novembro, quando o corpo do menino foi encontrado - e foi levado para a Seccional de Ribeirão, antes de ser encaminhado para a DIG, onde chegou por volta de 11h.
O delegado Paulo Henrique Martins de Castro, que chefiou a investigação do caso, disse que ainda não sabe informar para quais centros de detenção provisória Natália e Longo devem ser levados, procedimento que acontecerá ainda nesta segunda-feira.
Natália foi presa no último sábado (4) em São Joaquim da Barra (SP), onde residem seus pais, e foi levada novamente à Cadeia de Franca, onde permaneceu sozinha em uma cela até a manhã desta segunda-feira. A psicóloga chegou a ficar presa por 31 dias no mesmo local, mas foi libertada em dezembro após o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) conceder a ela um habeas corpus, antes da conclusão do inquérito policial.
O padrasto de Joaquim, no entanto, estava detido na Delegacia Seccional de Barretos desde que o corpo do menino foi encontrado boiando no Rio Pardo. Ele foi indiciado por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. De acordo com Castro, o indiciamento de Longo foi feito baseado num conjunto de provas: o trajeto feito pelos cães farejadores e a diferença de doses de insulina encontrada em uma das canetas que eram utilizadas no menino ? que sofria de diabetes ? foram determinantes para incriminar o padrasto.
Para a polícia, Longo aplicou uma superdosagem de insulina no menino e depois jogou o corpo dele no córrego que fica nas proximidades da casa da família. Entretanto, o delegado diz não ter encontrado indícios que pudessem ser levados em consideração para que Natália Ponte respondesse pela morte do filho. Já a Promotoria teve um outro entendimento.
Na última quinta-feira (2), o promotor Marcus Túlio Nicolino encaminhou à Justiça de Ribeirão Preto (SP) a denúncia sobre a morte do menino. Além do indiciamento por homicídio e do pedido de prisão preventiva do padrasto ? formalizados em relatório elaborado pela Polícia Civil ?, o promotor acusa a psicóloga de omissão e pediu também a prisão preventiva da mãe de Joaquim. Para Nicolino, a psicóloga deve ser responsabilizada porque tinha ciência dos riscos que corria enquanto vivia com Longo.
Joaquim Ponte Marques foi encontrado morto no dia 10 de novembro, boiando no Rio Pardo. Ele havia desaparecido cinco dias antes da casa onde vivia com a mãe, o padrasto e o irmão, no bairro Jardim Independência, em Ribeirão Preto.