Ao menos quatro ossadas humanas foram encontradas por policiais militares em um cemitério clandestino localizado às margens do Rio Paranhos, em Cubatão, no litoral de São Paulo, na tarde de quarta-feira (10). A Polícia Civil iniciou as investigações para poder identificar as vítimas e, eventualmente, também quem as matou.
O local em mangue e próximo à comunidade da Vila Esperança pode ser o mesmo onde cinco ossadas já tinham sido achadas, em julho de 2016. Naquela ocasião, a localização da área repercutiu por, entre os corpos encontrados, estar o de um investigador da Polícia Civil de Santos (SP), até então desaparecido após um sequestro.
Desta vez, uma denúncia levou equipes do patrulhamento marítimo da Polícia Militar Ambiental e do 21º Batalhão da PM, responsável pela cidade, até a área de mata fechada, próximo à Rodovia dos Imigrantes e acessível somente por meio de embarcações. O terreno estava encharcado e a terra revirada, evidenciando as covas.
"Foram ao menos quatro cadáveres encontrados em avançado estado de decomposição. Todos foram recolhidos pelo Corpo de Bombeiros, após perícia realizada pela Polícia Científica, e encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML)", informou o capitão Marcelo Medina, comandante da Companhia Marítima da PM Ambiental.
Em junho de 2017, as equipes da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Santos e da Polícia Civil de Cubatão localizaram um cemitério clandestino, situado às margens do Rio Queirozes, que se interliga ao Rio Paranhos. A navegação até o ponto dura menos que 5 minutos, se feita a partir da comunidade da Vila Esperança.
O corpo do policial civil Anderson Diogo Rodrigues, de 43 anos, foi identificado em meio às cinco ossadas achadas no local. O investigador havia desparecido dias antes, após jantar com a mulher em um comércio na Ilha Caraguatá e ter sido sequestrado. Dois homens foram presos, após comprovada participação na execução dele.
Naquela ocasião, os policiais da DIG e de Cubatão também encontraram covas abertas em meio ao terreno, o que indicaria que outros corpos seriam enterrados ali. O local também foi apontado, durante a investigação, como área de utilização por uma facção criminosa de São Paulo para ocultar cadáveres após crimes.