Operação Vigiles: Fiscais tiravam fotos das provas, diz Fábio Abreu

18 presos suspeitos de fraudar concurso do Corpo de Bombeiros.

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O secretário de Segurança Pública, capitão Fábio Abreu, durante entrevista coletiva, nesta quinta-feira, dia 17 de novembro, falou sobre a Operação Vigiles, deflagrada pelo Grupo de Repressão ao Crime Organizado (Greco), que resultou na prisão de 18 pessoas acusadas de fraude ao Concurso Público de Soldado do Corpo de Bombeiros Militar do Piauí, ocorrido no ano de 2014.

“A fiscal ou o fiscal teve acesso, tirou foto da prova e passou para alguns candidatos ou para os chefes dessa quadrilha, daí eles realizaram essa distribuição. Então, todo esse trabalho foi coordenado pela Greco, que teve acompanhamento nosso nesta operação, tanto eu quanto o comandante do Corpo de Bombeiros, delegado geral e o próprio governador Wellington Dias", afirmou.

O secretário explica de que forma a quadrilha costumava agir. “Cada fiscal possui acesso aos envelopes com as provas do concurso. Então, isso ocorre minutos antes da aplicação das provas, na hora da abertura, por exemplo. As fotos eram tiradas antes da entrega para os candidatos e enviadas para os demais. A comunicação era através de chips que eram compactados exatamente para isso e logo após eram destruídos. O delegado Riedel Batista pode explicar melhor. Os fiscais que tiravam as fotos eram contratados para isso”, declarou.

Segundo Fábio Abreu, dentre os presos estão uma mãe e uma filha, que eram fiscais. “Foram presos dois fiscais, uma mãe e uma filha, que estavam diretamente ligadas à essa prática de fraudar concurso”, disse.

Um dos presos é o advogado Evilásio Rodrigues de Oliveira Cortez, detido duas vezes somente em 2016 sob a mesma acusação. “Nomes repetidos e que estão envolvidos em situações anteriores. Ele [o advogado] era um dos principiais coordenadores da equipe. A cada concurso se abre um novo inquérito e os procedimentos são abertos e caso haja indícios, abre o pedido de prisão. Nós vamos continuar investigando outros concursos e de outras instituições”, esclareceu.

“Nosso objetivo é fazer com que pessoas que realmente estudam consigam passar no concurso e de forma por merecimento próprio, jamais por algo que não seja dentro do padrão normal. Vamos fazer com que os concursos tenham participação das pessoas que realmente merecem", enfatizou. 

Operação Vigiles

Estão sendo cumpridos 36 mandados de prisões, 35 mandados de conduções coercitivas e 71 mandados de buscas e apreensões expedidos pelo Juiz de Direito Dr. Luiz de Moura Correia, titular da Central de Inquéritos Policiais de Teresina.

Cerca de 150 policiais civis entre delegados, agentes e escrivães estão envolvidos na operação que contou com o apoio do próprio Corpo de Bombeiros Militar, e da NUCEPE, organizadora do concurso, além do Núcleo de Inteligência da SSP-PI.

Alguns presos são os mesmos envolvidos na operação Veritas

O delegado Carlos César, coordenador do GRECO afirmou que alguns presos são os mesmos envolvidos na operação Veritas onde a polícia prendeu uma quadrilha envolvida no concurso do Tribunal de Justiça do Piauí. “Esse ano nós executamos uma operação que prendeu indivíduos fraudando concurso do Tribunal de Justiça e toda apuração realizada detectou uma organização criminosa especializada em fraudar concursos públicos no Piauí. A investigação feita levou a conhecimento que já tinha ocorrido anteriormente a fraude do concurso do Corpo de Bombeiros a partir dai o delegado Cledison passou a emitir vários mandados, passamos a colher novas provas, tudo em conjunto e com apoio do Corpo de Bombeiros através do próprio Núcleo de Promoções de Concurso da Uespi, se chegando ao conhecimento de que os gabaritos de todos esses indivíduos seria quase idêntico, fora isso temos um trabalho que identificou contatos telefônicos entre eles no dia da prova em 2014. Inclusive temos um advogado preso que foi o mesmo preso na Operação Veritas”, afirmou.

Uma das maiores operações da Polícia Civil do Piauí

"É uma das maiores operações que já fizemos na Polícia Civil, algo em torno de 200 policiais estão envolvidos e vamos desarticular um bando criminoso que vinha agindo no Piauí. A operação se concentra  só na capital. As equipes estão em campo, e vamos continuar dando respostas. Tem pessoas que só vivem disso, todo concurso elas procuram um jeito de tentar burlar o certame, tem uns que já foram presos anteriormente em operações do GRECO  e tem outros que se envolveram na questão de ser piloto, de passar o gabarito”, disse  Riedel Batista, delegado-geral do Piauí. 

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