A Operação Perfídia, deflagrada ontem pela Polícia Federal e que cumpriu 103 mandados judiciais, sendo 55 de busca e apreensão, 46 de condução coercitiva e dois de prisão temporária com objetivo de desarticular uma organização criminosa especializada em lavagem internacional de dinheiro, blindagem patrimonial e evasão de divisas com ramificações em pelo menos cinco países, contou com ajuda de um funcionário da própria Polícia Federal.
A ação foi motivada pela descoberta de que o grupo investigado movimentou R$ 5 bilhões em uma única transação bancária. Conforme a PF, é preciso descobrir para quem esse dinheiro seria destinado e quais pessoas e empresas estão envolvidas. A trama já havia sido revelada em dezembro último, na primeira fase da operação.
À época, a prisão de um estrangeiro que desembarcou com passaporte brasileiro falso no Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek instigou a polícia a investigar. O documento teria sido fornecido pelo grupo criminoso, hoje alvo da Perfídia. A corporação afirma já ter seus alvos, mas só revelou, até o fechamento desta edição, que 100 mandados expedidos pela 10ª Vara Federal de Brasília foram cumpridos no DF e em nove estados.
O Ministério Público Federal, parceiro nas investigações, justificou o sigilo ao citar decisão do juiz federal Ricardo Augusto Soares Leite. “A medida visa garantir o cumprimento de todos os mandados”, explicou o órgão, em nota.
A operação esbarra em outra grande ação da PF, a Lava Jato. Um dos empresários investigados teria ligação com o Posto da Torre, no Setor Hoteleiro Sul, que também foi alvo da primeira fase da operação responsável por desvendar as relações entre empreiteiras e políticos.
As ações se concentram aqui no Piauí, Bahia, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Goiás, Pará, Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo, Distrito Federal e Tocantins.