Onda de violência em São Luís (MA) começou em presídio que teve 60 mortes

Cadeias da região são consideradas como algumas das mais violentas do País

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A crise no sistema carcerário do Estado do Maranhão ultrapassou as barreiras dos presídios e ganhou as ruas da capital São Luís na noite de sexta-feira (3). As autoridades afirmam que partiu de dentro do Complexo Penitenciário de Pedrinhas uma ordem para que bandidos queimassem quatro ônibus e atirassem em uma delegacia de polícia.

O vandalismo foi cometido por membros de duas facções criminosas que lutam pelo controle do tráfico de drogas em São Luís. A ação deixou cinco pessoas feridas, quatro delas em estado grave ? sendo uma criança de seis anos com 90% do corpo queimado.

Veja imagens dos ataques que deixaram cinco feridos no Maranhão

Cadeias

Os presídios da região são considerados como alguns dos mais violentos do País. Segundo uma pesquisa feita pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça) foi no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, o maior do Estado e onde ocorreu a maior parte das 60 mortes registradas em diferentes prisões do Maranhão em 2013. Três dos homicídios aconteceram por decapitação.

Em dezembro do ano passado, foi designado um efetivo de 60 policiais para atuar nas prisões do Estado devido à violência dentro dos presídios, bem como à superlotação. A decisão de intervir nos presídios foi tomada depois que uma comissão de representantes do Ministério Público e do CNJ realizou uma inspeção em diferentes prisões do Estado. De acordo com a Secretaria de Justiça e Administração Penitenciária, atualmente há 2.196 presos no complexo penitenciário, que tem capacidade para 1.770 pessoas.

Em decorrência das mortes provocadas por brigas entre facções rivais em Pedrinhas, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, órgão da OEA (Organização dos Estados Americanos), pediu ao governo brasileiro a redução imediata da superlotação das penitenciárias maranhenses e a investigação dos homicídios ocorridos.

Governo

A governadora Roseana Sarney (PMDB) terá de prestar informações ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, até a próxima segunda-feira (6) para dizer quais providências estão sendo tomadas para controlar a violência no Complexo Penitenciário de Pedrinhas e evitar mortes no Estado

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