Após o latrocínio de uma jovem no Bairro Porto Alegre, assassinada durante tentativa de assalto, os populares que utilizam o transporte coletivo afirmam estar em pânico com a onda de ataques a mão armada nas paradas de ônibus em todas as zonas da capital. Os assaltantes encontraram novos alvos e horários para agir: nas proximidades dos pontos de ônibus, geralmente entre 5h30 e 6h30 da manhã, horário com pouca circulação de civis e viaturas policiais.
Amedrontadas, as pessoas dizem estar sem alternativas e se sentem acuadas pelo aumento da marginalidade.
“Moro perto do Dirceu e morro de medo de ser assaltada. Sei que aqui nesta parada que estou já aconteceram outros assaltos e minha vizinha já foi uma dessas vítimas. No meu bairro, no trabalho e nas rodas de amigos não se fala em outro assunto, apenas no quanto a cidade está perigosa. Tenho medo de sair à rua e alerto meus filhos para que cheguem cedo em casa, pois está perigoso demais. E não adianta pedir para a polícia vigiar as paradas porque não tem condição de colocar um vigilante em cada ponto de ônibus. Mas a situação está complicada e não sei mais o que fazer”, lamenta a doméstica Silvani de Sousa.
Mulheres são alvo preferido dos assaltantes. Por apresentarem pouca resistência física, geralmente não reagem às tentativas. Na última segunda, uma técnica de enfermagem foi assassinada a tiros após tentar fugir de um assalto no Bairro Porto Alegre. O pai da vítima está inconsolável e questiona o valor da vida humana. Segundo ele, “a vida humana não tem mais valor nenhum. Por causa de uma besteira, um celular, tiraram a vida da minha filha. Quero justiça, mas também quero segurança pública especialmente no horário que a população sai para o trabalho”, declarou o pai da moça assassinada.
“Me mudei agora e tenho parentes que falam com frequência. Tento não vir sozinha porque o risco de ser assaltada é muito grande. Já chego aqui com o celular escondido no corpo e com pouco dinheiro na bolsa. Estou em uma fase que não ando mais com documentos porque é um transtorno tão grande para tirar a segunda via deles que prefiro andar sem nada valioso, apenas minha vida”, relata a comerciante Érica Feitosa.
População teme assalto a ônibus
Além dos assaltos à parada de ônibus, a insegurança de ter bens pessoais roubados dentro de veículos do transporte coletivo paira sobre os teresinenses. Com a crescente leva de andarilhos que adentram os ônibus da capital comercializando produtos de clínicas de reabilitação ou itens diversos, a população se sente encurralada e teme que o pior aconteça. “Tenho medo de entrarem no ônibus e ser assaltada. Não ando com muita coisa na bolsa justamente por causa disso. Os jovens geralmente andam com notebooks e outros eletrônicos nas mochilas, muitas vezes passam o tempo inteiro mexendo no celular e isso chama a atenção de quem está mal intencionado. Eles facilitam para os ladrões”, diz a cabeleireira Jani Teresa.
Já houve assaltos do tipo neste ano. “Há oito dias sequestraram a van que pego aqui do Dirceu para o centro da cidade. Os ladrões levaram todos os passageiros para a Vila Irmã Dulce, levaram todos os pertences dos passageiros e deixaram o carro dentro do mato. Não agrediram ninguém, mas fizeram a limpa no matagal. Estamos chegando num ponto que não tem mais para onde correr. Parece que os bandidos vão tomar conta da cidade”, afirma a doméstica Silvani de Sousa.
Preocupada com os assaltos, a linha de transporte alternativo que faz rota do bairro Dirceu ao bairro Poti Velho já suspendeu algumas viagens por receio de que marginais possam invadir o veículos e anunciar o roubo. Por causa disso, a empresa só realiza seu trajeto normal até o início da noite. Até o momento, as autoridades policiais não anunciaram nenhuma ação específica para inibir a onda de assaltos e insegurança em Teresina.
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