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'Olheiro', 'radinho', 'vapor': MP conheça a hierarquia do CV com 7 níveis de comando

De acordo com o Ministério Público, o grupo é organizado em sete níveis principais

Prêmio para informações que levem ao traficante do CV, Doca, é de R$ 100 mil. | Foto: Reprodução/TV Globo
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O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e a Polícia Civil descobriram que o Comando Vermelho (CV) mantém uma estrutura hierárquica bem definida, com funções específicas e regras internas rígidas. As informações estão em relatórios e na denúncia apresentada no processo da Megaoperação Contenção.

No total, o MPRJ denunciou 69 pessoas por associação ao tráfico de drogas. Na operação, realizada na última terça-feira (28), 113 pessoas foram presas e 121 morreram — entre elas, quatro policiais civis e militares.

NÍVEIS DO COMANDO

De acordo com o Ministério Público, o grupo é organizado em sete níveis principais:

    •    Chefes de guerra: lideram o grupo, cuidando de estratégias, finanças e invasões de territórios.

    •    Gerentes de área: comandam o tráfico nas comunidades, recolhem o dinheiro e enviam parte à liderança.

    •    Seguranças: protegem os chefes, guardam armas e fazem escolta em deslocamentos.

    •    Soldados: atuam armados na defesa dos pontos de venda e em confrontos com facções rivais.

    •    Vapores: vendem as drogas diretamente e fazem o transporte de dinheiro.

    •    Radinhos: controlam a comunicação e avisam, em tempo real, sobre ações policiais ou inimigos.

    •    Olheiros: ficam nas entradas das comunidades para alertar sobre a chegada de viaturas.

Principais líderes identificados

Entre os chefes de guerra, o MPRJ aponta Edgar Alves de Andrade, conhecido como Doca ou Urso, como a principal liderança do CV no Complexo da Penha. Segundo a investigação, ele comandava operações armadas e a expansão da facção para a Zona Sudoeste. Doca tem 26 mandados de prisão em aberto e é descrito como o principal nome da cúpula.

Outro citado é Carlos da Costa Neves, o Gadernal, chamado de “general do Complexo da Penha”. Ele seria o chefe da segurança de Doca e responsável por planejar ações contra facções rivais e forças policiais.

A denúncia também menciona Washington César Braga da Silva, o Grandão ou Síndico da Penha, que administrava grupos de WhatsApp usados pela facção. Ele controlava quem podia falar com Doca e organizava plantões, festas e pagamentos de propina.

O quarto nome da lista é Juan Breno, conhecido como BMW, que liderava o grupo chamado Equipe Sombra, responsável por invadir territórios na Gardênia Azul e arredores, na Zona Sudoeste.

Os promotores afirmam que o Comando Vermelho atua “como uma empresa criminosa”, com controle financeiro, metas de arrecadação e substituição imediata de líderes presos. O comando principal, instalado no Complexo da Penha, recebia relatórios diários sobre lucros e atividades nas áreas sob seu domínio.

O Gaeco/MPRJ classificou essa estrutura como “um sistema de gestão criminosa com divisão clara de funções e reposição imediata de cargos”.

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