Um relatório divulgado pela Polícia Militar de Santa Catarina na manhã deste domingo (3) mostra que foram registrados, nos últimos quatro dias, 38 atentados em uma onda de violência que abrange 14 cidades do estado. De quarta-feira (30) até a madrugada deste domingo, criminosos incendiaram ônibus, atacaram bases da Polícia Militar e Polícia Civil e carros particulares. Ao menos 20 suspeitos de participar dos atentados foram presos pela PM.
Joinville é a cidade com o maior número de ocorrências: foram 11 ataques no município. Na cidade, um jovem de 22 anos suspeito de participação nos crimes foi morto em confrontro com policiais na madrugada. Florianópolis, que há duas noites não registra incidentes, contabiliza oito atentados.
É a segunda onda de atentados em três meses no estado. Na primeira, em novembro de 2012, foram registrados cerca de 60 ataques em sete dias.
Os atentados voltaram a acontecer na noite de quarta com ataques a veículos e prédios públicos no Vale do Itajaí. Entre a noite de quinta (31) e a madrugada de sexta (1º), outros municípios registraram atentados. As regiões Sul e Norte também passaram a ser alvos dos criminosos. Em Joinville, ocorreram sete ataques na mesma noite, cinco deles a ônibus. Da noite de sábado até a madrugada deste domingo (3), o estado teve 11 novos casos de incêndios e ataques contra veículos e construções em várias regiões. Desta vez, o Oeste de Santa Catarina também foi afetado. Foram registrados ataques em Balneário Camboriú, Gaspar, Itajaí, Florianópolis, Palhoça, Camboriú, Criciúma, Maracajá, São Francisco do Sul, Joinville, Araquari, Chapecó, Laguna e em Jaraguá do Sul.
De acordo com o secretário de Estado da Segurança Pública, César Grubba, a suspeita é que as ordens estejam partindo de dentro dos presídios e sejam comandadas pela mesma facção criminosa que promoveu os atentados de novembro do ano passado.
A principal hipótese aventada é que os atentados estejam relacionados à transferência de presos e ao combate ao tráfico de drogas.
Segundo a Polícia Militar, assim como em 2012, os principais alvos são ônibus: 17 veículos de transporte coletivo foram incendiados em diversas cidades. Além disso, houve nove ataques a prédios das polícias Civil e Militar e do Departamento de Administração Prisional (Deap). Os outros 12 registros se resumem a ataques a outros prédios públicos e incêndios em carros, caminhões, lixeiras e pneus.
Segundo o núcleo de comunicação da Polícia Militar, serão mantidas as medidas de segurança e monitoramento nas cidades atingidas pelos atentados. De acordo com a corporação, o policiamento foi reforçado em todo o estado e as ações para conter os atentados criminosos são realizadas em conjunto com outros órgãos de segurança do estado.
Entre as medidas de segurança adotadas estão o aumento do efetivo nas ruas e barreiras policiais. Em Joinville e Florianópolis, são realizadas escoltas a ônibus. Na capital catarinense, os veículos de transporte coletivo circulam até as 22h. Reuniões devem ser realizadas pela PM para definir se haverá escolta nas outras cidades atingidas. Ainda não há informação de quando os encontros devem acontecer.