Presa há quase cinco meses na Casa de Prisão Provisória (CPP), a vendedora Andressa Prado de Oliveira, de 26 anos, alega inocência e chora ao lembrar do filho de 1 ano que morreu depois de ficar por quatro horas fechado dentro de um carro, no Setor Santa Luzia, em Aparecida de Goiânia. ?Não fiz aquilo que as pessoas estão falando que eu fiz, que deixei ele lá para morrer de propósito. Não faria isso nem com animais, nenhum bicho merece isso?, declara a jovem, que responde por homicídio doloso.
Grávida de nove meses, ela diz não ter feito nenhuma avaliação médica desde que foi presa. ?Não sei o sexo do bebê e nem como ele está. Inclusive, tenho tido muitos pesadelos preocupada com o estado dele?, afirma.
O advogado dela, José Patrício Júnior, informou que fez o pedido de realização dos exames, mas não obteve resposta. ?Solicitei para o juiz a requisição para ela sair e fazer todo tratamento de pré-natal, mas até agora esse pedido não foi atendido?, explica. Entretanto, a gerente de Saúde da Agência Goiana do Sistema de Execução Penal (Agsep), Renata Batista, garante que não recebeu o requerimento e explica que todas as gestantes da unidade recebem atendimento, independente do pedido.
"A Andressa está sendo acompanhada pela instituição desde o dia que ela chegou na carceragem. Temos um posto de saúde que funciona com plantões 24 horas por dia e, além disso, a unidade oferece atendimento de médicos, nutricionistas, psicólogos, fisioterapeutas e outros profissionais da área da saúde. Ela fez há duas semanas todos os exames solicitados por um médico da CPP", garantiu Renata Batista.
Andressa Prado classifica como "muito difíceis" os dias na Casa de Prisão Provisória. ?É impossível um dia que não lembro da morte do meu filho. Só tenho deitado e dormido. Só me levanto para ir ao banheiro. O que mais me dói é saber que ele nunca mais vai voltar?, lamenta.