“Não ameaço, eu faço”, diz advogado de Bruno

Em entrevista ao Fantástico, Ingrid acusou Ércio Quaresma de chantagear a família do jogador

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O advogado do goleiro Bruno de Souza, Ércio Quaresma, rebateu na manhã desta quarta-feira as acusações da noiva do atleta, a dentista Ingrid Oliveira, de que a teria ameaçado caso ela nsistisse em sugerir ao noivo que trocasse de advogado. Quaresma, que é ex-policial civil, afirmou que é do tempo de antigos membros da polícia mineira, "que não mandavam recado". "Eu não ameaço, eu faço", disse.

Em entrevista ao Fantástico, Ingrid acusou Ércio Quaresma de chantagear a família do jogador. "Se você tem amor à sua vida, eu quero que você saia do meu caminho", teria dito Quaresma, segundo a versão da dentista. Ela também acusa o advogado de ter sugerido a Bruno que tentasse suicídio para ganhar mais regalias na prisão. Pelo menos duas tentativas de suicídio teriam ocorrido, segundo ela.

As denúncias foram corroboradas pela avó do jogador, Estela Santana Trigueiro, 78 anos, que foi quem criou Bruno. "Eu briguei com o Ércio Quaresma porque eu estou chateada. Ele não faz nada para o menino (Bruno). Já fazem 3 meses que eles estão lá e ele só fica enrolando o menino. Dá remédio a ele, que fica desmaiando. A gente vai lá, conversa com o Bruno e ele começa a desmaiar. Lá no Rio, eles deram remédio. Ele (Quaresma) mesmo deu, para o Bruno não falar nada. Para mim ele não seria mais advogado dele não. O Bruno já tentou trocar de advogado cinco vezes, mas o Quaresma não deixa. Ele disse que se trocar, ele vai ameaçar a família. Ele ameaça a gente aqui fora", disse.

Segundo Quaresma, as denúncias são fomentadas por um amigo de Bruno, que estaria articulando um plano para administrar o dinheiro do jogador quando ele for solto da prisão. "O Bruno livre vale R$ 10 milhões. E ele (amigo) quer administrar a vida do menino quando ele sair. Mas até o momento - e eu vou conversar hoje com o Bruno pra essa peleja acabar - sou eu o defensor legal, por meio de instrumento público, e, portanto, que administro todas as operações financeiras do atleta", disse o advogado em frente ao Tribunal do Júri de Contagem (MG), onde o jogador e outros oito acusados pela morte de Eliza Samudio participam de audiência nesta quarta-feira.

Antes de acompanhar a audiência, Quaresma afirmou ainda que o advogado Marco Antônio Siqueira, que defende Sérgio Rosa Sales, primo de Bruno, deixou o caso. A informação não foi confirmada pela Justiça de Minas Gerais.

Audiência

Os acusados pela morte da estudante Eliza Samudio chegaram por volta das 8h45 ao Fórum de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte (MG). Uma van da Secretaria de Administração Prisional do Estado transportou Bruno, seu amigo Luiz Henrique Romão (Macarrão), Wemerson Marques de Souza (Coxinha), o caseiro Elenílson Vítor da Silva, o ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santo (Bola) e o motorista Flávio Araújo (Flavinho), que estão presos no Presídio Nelson Hungria, em Contagem.

Os outros três acusados, o primo de Bruno Sérgio Rosa Sales (Camelo), a ex-mulher do jogador, Dayane Souza, e a namorada dele, Fernanda Gomes de Castro, foram levados em carros separados.

Ao todo, 14 testemunhas arroladas pelo Ministério Público devem ser ouvidas pela juíza Marixa Fabiane Rodrigues Lopes, do Tribunal de Júri de Contagem, e pelo promotor Gustavo Fantini. Três dessas testemunhas - um casal de caseiros do sítio do jogador, em Esmeraldas (MG) e o primeiro policial civil que recebeu a denúncia do desaparecimento de Eliza, no dia 24 de junho - estavam previstas para prestarem depoimento na sessão da última sexta-feira, que foi interrompida às 3h de sábado após o depoimento do delegado Julio Wilke, que durou 13 horas.

Entre as testemunhas estão os outros quatro delegados responsáveis pelo caso - Edson Moreira, Alessandra Wilke, Ana Maria Santos e Wagner Pinto. A previsão é de que não haja tempo hábil para que todas as testemunhas sejam ouvidas nesta quarta-feira.

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