Ananias do Santos, suspeito de matar as irmãs Josely e Juliana Oliveira, em Cunha, no Vale do Paraíba, não agiu sozinho. A namorada dele, de 50 anos, também é suspeita de participação no crime. Nesta sexta-feira (29), ela prestou novo depoimento à polícia e foi indiciada em seguida.
Depois de ser indiciada, ela foi liberada e não quis conceder entrevista. A namorada de Ananias era considerada apenas testemunha no caso, mas nesta sexta ao ser ouvida pela última vez ela foi indiciada. Segundo a polícia, ela não teria participado diretamente da execução das irmãs, mas teria ligado para Ananias momentos antes das adolescentes serem mortas.
Isso fez a Polícia Civil considerá-la participante do crime, com a finalidade de auxiliar na execução das irmãs. Por isso, ela pode ser responsabilizada pelo duplo homicídio. ?O que fez a Polícia Civil transformar Maria José de uma simples testemunha para ser considerada uma participante no crime não são meras suposições da polícia; são análises de todas as provas colhidas na investigação, mas principalmente essas ligações efetuadas por ela durante a execução do crime, que dentro de um conjunto probatório faz com que a Polícia Civil entenda que essas ligações foram com a finalidade de auxiliá-lo na execução?, afirmou Marcelo Cavalcante, delegado de Cunha.
Segundo o delegado, o inquérito está concluído e deve ser enviado ao Ministério Público na próxima semana. O advogado dela disse que vai tomar conhecimento do inquérito para trabalhar na defesa dela.
O caso
As duas jovens desapareceram em 23 de março, quando voltavam da escola. Cinco dias depois, os corpos foram encontrados na zona rural, a 12 km de onde moravam. Elas foram mortas a tiros.
Ananias cumpria pena no Presídio Edgar Magalhães Noronha, em Tremembé, também no interior, mas não voltou depois da saída temporária de Páscoa, em 2009. Desde então, Ananias passou a morar com os pais, na zona rural de Cunha, no mesmo bairro em que as adolescentes viviam. De acordo com as investigações, o jovem se interessou por Juliana, fato que despertou ciúmes na namorada, vizinha da família das vítimas.