Nos últimos anos, as mulheres estão perdendo o medo de denunciar seus agressores aos órgãos especializados e consequentemente estas pessoas estão sendo punidas com mais frequência.
Dados da Delegacia da Mulher, do centro da cidade, mostram que só nesse primeiro semestre de 2012 foram realizados 934 Boletins de Ocorrência e 104 prisões em flagrante de agressores. Os dados positivos se devem em grande parte à Lei Maria da Penha, que foi sancionada há seis anos.
?O número de denúncias está bem maior, as mulheres estão conscientes do seu papel. Antes elas denunciavam, mas depois retiravam a queixa, antes elas denunciavam quando alguém as incentivava ou quando as levavam à Delegacia.
Agora elas vão por conta própria e não retiram mais a queixa, enfrentam todo o processo sem medo?, disse a delegada titular da Delegacia da Mulher, Vilma Alves.
Hoje todo esse procedimento, segundo a delegada Vilma, está bem mais célere e a mulher obtém resultados bem mais rápido do que antes. ?Antes, um procedimento que levava um ano para surtir algum resultado, hoje se resolve em 48 horas?, garantiu.
No ano de 2011, segundo dados da Delegacia da Mulher, no centro da cidade, foram realizados 1.897 Boletins de Ocorrência e foram realizadas 145 prisões em flagrante de agressores.
Dentre os casos mais comuns que chegam à delegacia, está em primeiro lugar a agressão física e moral. Depois destacam-se ameaça de morte, estupro, injúria, dentre outras.
Segundo a escrivã da Delegacia da Mulher, Valneide Carvalho, hoje todas as classes sociais têm procurado a delegacia para fazer as denúncias. ?Antes as mulheres de uma condição social mais elevada nos procuravam menos, hoje não existe isso. As mulheres de todas as classes sociais nos procuram e fazem denúncias?, disse.
Para se ter ideia, hoje são cerca de cinco mil processos em andamento no Estado, dentre os inquéritos e medidas protetivas. ?Esse número mostra não que a mulher está sendo mais agredida do que antes, mas que ela perdeu o medo de denunciar e que mostra também que as autoridades estão tomando as medidas necessárias para punir estes infratores.
No início as mulheres não acreditavam que a Lei Maria da Penha mudaria aquela realidade de agressão e violência. Hoje elas já acreditam e, por isso, estão mais seguras em denunciar?, disse o promotor de Justiça do Núcleo da Mulher, do Ministério Público do Piauí, Francisco de Jesus Lima.