Francisca Aurineide Vieira de Oliveira, de 31 anos, j? foi loira, morena, teve cabelos curtos e ondulados, usou lentes de contato coloridas. Mas a ?ltima imagem que a Pol?cia do Cear? tem dela ? assim: morena, cabelos pretos, lisos e longos e lentes de contato azuis. Aurineide encabe?a a lista dos mais procurados no Estado. Ela ? acusada de participa??o ativa em, pelo menos, dois seq?estros. Sua casa, inclusive, foi utilizada como cativeiro.
Aurineide - em cuja ficha criminal seu grau de instru??o ? o 1?grau completo e ?ltima resid?ncia fixada no bairro Siqueira - tem duas pris?es preventivas decretadas pela Justi?a. Ela ? m?e e faz parte do rol de seq?estradores procurados pela Divis?o Anti-Seq?estro (DAS). ?Nas investiga?es de, pelo menos, dois seq?estros, ficou comprovado o envolvimento de Aurineide. Sabemos inclusive que sua casa foi utilizada como cativeiro?, afirma o delegado Jaime Paula Pessoa, titular da Especializada.
Vertente
Os casos a que o delegado Jaime se refere ocorreram em 2006. O primeiro foi o do seq?estro de um ex-vereador de Fortaleza e empres?rio de bandas de forr?, em 17 de outubro, no Ancuri. O outro caso foi o de um empres?rio, em 21 de novembro, no bairro Tancredo Neves.
O envolvimento de Aurineide na ?linha de frente? de crimes como o seq?estro revela uma nova vertente que tem feito a Pol?cia mudar sua maneira de investigar os crimes tamb?m. Antes, mais acuadas, as mulheres participavam de seq?estros apenas como coadjuvantes, auxiliando a quadrilha com alimenta??o, roupas, dando uma esp?cie de apoio log?stico.
Em um momento intermedi?rio elas passaram a se envolver um pouco mais, aparecendo junto com seq?estradores, na tentativa de despistar a Pol?cia. Casal com beb? a passeio. Esta era a id?ia.
Atualmente n?o. As mulheres j? v?m surgindo como elementos funcionais e que participam ativamente dos crimes de seq?estros. Segundo Jaime Paula Pessoa, algumas j? cederam im?veis para virarem cativeiro - a exemplo de Aurineide - e at? atuaram como guardas nestes locais.
O envolvimento do sexo feminino nestes crimes s? n?o foi constatado ainda em a?es mais violentas. ?Nos arrebatamentos das v?timas, por exemplo, nunca detectamos a presen?a de uma mulher. Nos confrontos com a Pol?cia, tamb?m n?o. At? agora, elas t?m estado de fora nestes momentos mais agressivos da pr?tica criminosa?, explica. Mas o delegado salienta: ?apesar disso, j? flagramos algumas companheiras de seq?estradores, que acabam se envolvendo nos crimes, carregando armamento na bolsa, como forma de desviar a aten??o da Pol?cia.?