A embaixatriz Françoise de Souza Oliveira, presa há mais de um mês acusada de participação na morte do marido, o embaixador grego Kyriakos Amiridis, se contradisse em depoimento a agentes da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) prestado durante a realização da reprodução simulada, na noite desta quarta-feira. Françoise, seu amante, o soldado PM Sérgio Gomes Moreira Filho, e Eduardo Moreira Tedeschi de Melo estão presos há mais de um mês pelo crime.
Durante a reprodução simulada, Françoise negou participação no crime e afirmou que em nenhum momento soube que seu marido estava, de fato, morto. Foi Françoise que fez o registro de ocorrência de desaparecimento de Kyriakos na Polícia Civil. Ao longo da reprodução, Françoise também disse que não viu Sérgio e Eduardo retirarem o corpo de sua casa. Ela também diz não ter visto os dois em sua casa na noite do crime.
Ainda de acordo com o depoimento prestado durante a reconstituição do crime, Françoise afirmou ter entrado na casa com a filha e ido dormir direto. Negou ter passado pela cozinha e pela sala onde Kyriakos foi morto. As câmeras de segurança do local mostram que ela entra em casa quando Sérgio e Eduardo já estão dentro do local.
Logo após ser detida, dias após o crime, Françoise deu uma versão diferente aos agentes. Segundo seu primeiro relato, quando chega em casa na noite do crime, Françoise encontra uma mancha de sangue no sofá e pergunta a Sérgio o que havia acontecido. Ele, segundo Françoise contou aos agentes em dezembro, teria confessado o homicídio a ela. Depois, a embaixatriz ainda confirmou à polícia que registrou o desaparecimento da vítima mesmo sabendo que Kyriakos estava morto.
De acordo com Giniton Lages, titular da DHBF, o novo depoimento de Françoise apresenta “contradições flagrantes”.
“Com a nova versão, Françoise apresenta contradições flagrantes se compararmos com seu relato anterior, os depoimentos dos demais envolvidos e outras testemunhas. Agora, os peritos criminais vão trabalhar em cima deste novo depoimento. Eles vão dizer, por exemplo, se era possível ou não que ela não tenha ouvido nada depois que chegou na casa”, afirma o delegado.