Motorista que atropelou e matou jovem nega racha

Ferreira confirmou que dirigia a uma velocidade acima da permitida.

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O pedreiro Vagner Fraga Ferreira, de 28 anos, afirmou à polícia que não participava de um racha quando atropelou e matou a jovem Jéssica Bueno Rodrigues da Silva, de 22 anos, na madrugada da quarta-feira (20), em Pirituba, na Zona Norte de São Paulo. No entanto, Ferreira confirmou que dirigia a uma velocidade acima da permitida e que sua carteira de habilitação estava vencida. Ele foi ouvido pela polícia e liberado em seguida, pois o prazo da prisão em flagrante já havia se expirado.

Imagens das câmeras de segurança de uma loja da Avenida General Edgar Facó, a 300 metros do local do acidente, registraram a passagem do carro de Ferreira momentos antes do atropelamento. À 0h20, veículos que estavam parados em um semáforo da via começam a trafegar. Entre eles, está o Fiat Stilo amarelo do pedreiro, ainda em baixa velocidade.

Em depoimento concedido no 7º Distrito Policial, na Lapa, na Zona Leste da capital paulista, Ferreira contou que, assim que voltou a acelerar, foi fechado por um outro carro que o ultrapassou pela direita. Segundos depois, ele atingiu Jéssica, que, de acordo com testemunhas, atravessava a rua na faixa de pedestres para pegar um ônibus.

Com o impacto da colisão, o corpo da jovem atravessou o para-brisa, ficou preso ao automóvel e foi carregado por cerca de 200 metros até o condutor e mais duas pessoas que o acompanhavam pararem e abandorem o veículo na Ponte do Piqueri, que liga as avenidas General Edgar Facó e Ermano Marchetti.

O advogado de defesa, Roberto Vasconcelos da Gama, acompanhou o depoimento do cliente na delegacia: "O que ele veio fazer aqui não foi contar uma história. Foi contar a verdade. Evidentemente, a verdade é uma só, mas ela pode ser contada por vários lados e é o que está acontecendo".

A versão do pedreiro não convenceu a polícia. Ele foi indiciado pelos crimes de homicídio com dolo eventual - porque assumiu o risco de matar ao dirigir em alta velocidade -, fuga do local do acidente e participação em racha. Ferreira vai responder às acusações em liberdade.

?Ele só seria preso nas seguintes condições: se estivesse no local do atropelamento ou se a polícia soubesse onde ele está. Em outras palavras, o flagrante perdura em perseguição real.", explicou o delegado Marcel Druziani, responsável pela investigação.

Os outros dois ocupantes do Stilo Amarelo devem prestar depoimento na segunda-feira (25).

Velocidade do carro

A velocidade máxima permitida na Avenida General Edgar Facó é de 60 km/h. O advogado do acusado disse em entrevista ao SPTV, na tarde desta quinta-feira, que seu cliente afirmou estar "a provavelmente uns 80 km/h" no momento do atropelamento.

Já as testemunhas que estavam com Jéssica e presenciaram o acidente disseram que o automóvel estava a mais de 100 km/h. O carro ficou bastante danificado. De acordo com o delegado Druziani, ?da forma como foi, é possível até que estivesse a 120 km/h?. ?É preciso aguardar os laudos periciais", completou.

CNH vencida

Ainda segundo Druziani, a carteira de habilitação do motorista estava vencida desde julho deste ano.

?Ele nem deveria estar dirigindo. Para dirigir, precisaria ter renovado a sua CNH, mas não tinha feito isso?, disse o delegado, na tarde desta quinta-feira, ao G1. ?Dirigir sem habilitação não é crime, mas quem é pego recebe uma punição administrativa, passível de multa.?

Diante disso, o delegado afirmou que, após concluir o inquérito, irá encaminhar um pedido ao Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran-SP) para que o órgão suspenda a habilitação de Vagner. ?Apesar de a carteira dele estar vencida, ele ainda possui habilitação. Por isso, a investigação vai pedir a suspensão da sua CNH porque entende que ele não tem mais condições de dirigir.?

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