Dez meses depois de agredir um pedestre com uma barra de ferro, na Tijuca, Zona Norte do Rio, Itamar Campos Paiva foi condenado a 14 anos de prisão. O julgamento, que aconteceu na quinta-feira (18) no Tribunal de Justiça do Rio, durou cerca de 10 horas e os filhos da vítima, que presenciaram a agressão, testemunharam.
O advogado do acusado, no entanto, já entrou com recurso pedindo a constituição de um novo júri, alegando problemas mentais do cliente.
Em depoimento, os dois filhos de André Luiz Lima e um amigo das crianças que os acompanhava teriam dito que Itamar avançara o sinal de trânsito enquanto eles tentavam atravessar a rua e que, irritado, André o teria xingado de palhaço.
Ainda segundo as testemunhas, foi aí que Itamar, que estava com a mulher no carro, resolveu dar ré, tentando atropelá-lo. Quando André caiu no chão, o acusado teria, então, retirado uma barra de ferro de dentro do carro e o agredido.
Abalada emocionalmente, a mulher de Itamar, que seria sua testemunha de defesa, não prestou depoimento na audiência.
Defesa quer novo julgamento
Segundo seu advogado, Mauricio Neville, Itamar sofre de um tipo de esquizofrenia e se aposentou por causa da doença em 2000. De para cá, ele foi reavaliado por médicos públicos mensalmente.
?Ele é ex-PM reformado e interditado judicialmente por conta da doença. Os jurados não podem ignorar uma prova técnica?, defende Neville, que pediu ainda a transferência do réu para um hospital psiquiátrico.
Estado de saúde da vítima
Depois de agredido, André ficou cerca de 2 meses em coma, passou por cinco cirurgias e ficou 71 dias internado.
Segundo o Hospital Pasteur, apesar de não ter tido seqüelas neurológicas, ele segue fazendo tratamento ambulatorial, de fonoaudiologia e fisioterapia, para superar um déficit motor que dificulta seus movimentos do lado esquerdo.