Nesta terça-feira (30), foi convertida em preventiva a prisão em flagrante do empresário Igor Ferreira Sauceda, de 27 anos, por usar seu carrro Porsche para atropelar e matar a vítima Pedro Kaique Ventura Figueiredo, de 21 anos. Durante a audiência de custódia, Igor Sauceda não esboçou arrependimento pelo crime. Ele foi indiciado por homicídio doloso por dolo eventual por motivo fútil.
Em entrevista exclusiva ao Brasil 40º da TV Meio, o advogado Daniel Biral afirmou que acompanhou a audiência de custódia e expôs que além de não ter demonstrado arrependimento, Igor Sauceda distorceu os acontecimentos para se colocar como vítima de uma suposta fatalidade. O advogado é representante de ex-sócios que também foram vítimas da violência demonstrada por Igor Sauceda.
"Durante a audiência que eu acompanhei, em nenhum momento o Igor fez qualquer menção de piedadade ou de arrependimento, não pediu desculpas, muito pelo contrário, a defesa dele apresentou uma dissociação da realidade, dizendo que ele estava em via pública, transitando normalmente, como se aquilo tivesse sido uma mera fatalidade, mas sabemos que ele ceifou por pura intenção dele a vida de um jovem", expôs o advogado Daniel Biral, que representa ex-sócios que também foram vítimas de Igor Sauceda.
O advogado comentou ainda que da mesma forma que Igor Sauceda utilizou o Porsche para perseguir o motociclista Pedro Kaique Ventura Figueiredo, já perseguiu o ex-sócio Erinaldo Joaquim dos Santos e a família dele.
"Fui ao Fórum da Barra Funda e me coloquei à disposição com as imagens e todo o procedimento que tínhamos aberto referente ao Igor e ao pai dele, para que a juíza entendesse que não foi uma fatalidade, não tinha sido algo feito apenas dessa vez. Ele já usava o veículo dele para intencionalmente causar ali à família dos meus clientes um constrangimento e, potencialmente, isso poderia ter acontecido com eles em uma dessas perseguições", argumentou Daniel Biral.
JUÍZA ENTENDEU QUE O EMPRESÁRIO USAVA O PORSCHE COMO 'ARMA'
A magistrada Vivian Brenner de Oliveira entendeu que o empresário Igor Sauceda representaria perigo à sociedade caso fosse solto, e por isso mesmo, deveria permanecer preso. Ela argumentou que ele não estava alcoolizado e tomou a decisão consciente de atropelar a vítima.
"As imagens (...) são claras e demonstram que o indiciado utilizou o seu veículo como verdadeira arma (...). Pelas imagens é possível verificar que o réu perseguiu a vítima e que a perseguição apenas acabou quando ele atingiu a vítima. O fato de o indiciado não estar alcoolizado não é suficiente para afastar a gravidade da sua conduta. Pelo contrário, não estando alcoolizado, tomou a decisão clara e consciente de perseguir um motoqueiro desconhecido após este ter danificado o seu retrovisor o que acresce reprovabilidade à sua conduta delitiva e denota o perigo gerado pelo seu estado de liberdade", escreveu a juíza Vivian Brenner de Oliveira na sua decisão.
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