Motorista de van foi fuzilado porque não quis dar carona para traficantes

Washington não aceitou que a dupla embarcasse no veículo: quando acelerou a van, foi acertado por seis tiros de fuzil.

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A Divisão de Homicídios (DH) investiga a morte de um motorista de van por bandidos da favela Para Pedro, no Irajá, que tentavam fugir da favela. Na madrugada do último dia 13, Washington dos Santos, de 47 anos, voltava de Angra dos Reis para casa, em Irajá, com sua filha de dez anos, quando foi abordado por dois bandidos armados na Rua Pedro Borges, nas proximidades da favela. Segundo depoimento de testemunhas, Washington não aceitou que a dupla embarcasse no veículo: quando acelerou a van, foi acertado por seis tiros de fuzil.

O delegado Fábio Cardoso fez a perícia da van e arrecadou um projétil, que será comparado com os fuzis apreendidos em operações na favela desde que o território passou a ser disputado por duas facções rivais, no início de dezembro. Horas depois da morte do motorista, um homem, identificado como Éder de Jesus Pereira, foi preso e um menor foi apreendido por PMs do 41º BPM (Irajá) dentro de uma van roubada, enquanto tentavam deixar a comunidade. A dupla estava com um fuzil.

? Vamos fazer o confronto balístico para determinar se os disparos partiram da arma apreendida. Mas o relato de testemunhas aponta para a dupla que foi apreendida, afinal eram dois e estavam fugindo ? afirmou o delegado.

A morte de Washington aconteceu três semanas após a onda de violência na favela fazer sua primeira vítima inocente: a menina Maria Eduarda Pereira, de 11 anos, atingida por um disparo na cabeça no dia 23 de dezembro durante operação do 41º BPM dentro da comunidade. A família acusa um policial militar de ser o autor do disparo. Já os PMs que participaram da operação admitiram, em depoimento na DH, que realizaram disparos, mas em direção a bandidos que estariam acima da casa da família.

Os confrontos entre traficantes na Para Pedro começaram em dezembro, quando Josiel Gomes de Souza, o Toulon, que havia sido expulso da favela, se aliou com bandidos de outras comunidades e invadiu a favela. Em janeiro, após nova onda de tiroteios, a facção que dominava a favela antes da invasão conseguiu retomar o território.

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