Morte de preso no MA repercute no Brasil

A família não teve tempo de conseguir o dinheiro e ele foi morto a facadas

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A vida de um detido em presídio na capital maranhense valia R$ 500, mas ele não tinha dinheiro para pagar o que os assassinos na cadeia chamam de ?seguro?. Maycon Viegas tinha 18 anos. Estava preso há dois meses no Centro de Detenção Provisória em São Luís, depois de roubar uma bicicleta. Neste fim de semana, escreveu uma carta para a família. Disse que precisava conseguir dinheiro até terça-feira para se manter vivo. Ao tio, explicou: ?A vida da gente, o senhor sabe, não tem preço, mas aqui tem. E o valor da minha é R$ 500?.

A família não teve tempo de conseguir o dinheiro. ?Ontem eu fui visitar meu filho. Numa hora dessas, eu estava com ele. Hoje estou enterrando ele?, lamenta a mãe da vítima, Francinete Viegas.

No domingo, o jovem foi assassinado a golpes de faca. Em um ano, 17 detentos foram mortos dentro dos presídios de São Luís, segundo o Sindicato dos Agentes Penitenciários. ?É o próprio preso determinando à família o seguro para garantir a vida do preso?, diz o vice-presidente do sindicato, Raimundo César Martins.

A Ordem dos Advogados do Brasil no Maranhão vai investigar o que aconteceu dentro do presídio. A OAB quer saber se a Secretaria de Administração Penitenciária tinha conhecimento das ameaças que o preso vinha recebendo e se houve omissão dos agentes penitenciários que não mudaram o detento de cela.

Nesta segunda-feira, em visita ao interior do Estado, a secretária da Segurança Pública comentou o caso. ?É uma vida humana perdida. Acho que tratar essa questão com mais respeito é muito mais exercício de cidadania do que ficar explorando uma coisa dessas?, afirma a secretária Eurídice Vidigal.

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