Morte de mulher atingida por pedra em ônibus não foi acidental

O morista do ônibus disse ter visto uma pessoa jogando a pedra

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A delegada Márcia Julião, da 34ª DP (Bangu), afirmou, na tarde desta terça-feira (17), que a morte da copeira Irene Moreira da Silva Pereira, passageira do ônibus atingido por uma pedra de 25 kg, não foi acidental.

Julião ouviu o depoimento do motorista do veículo nesta terça e agora investiga as condições nas quais essa pedra foi lançada. "A pedra não rolou sozinha", afirmou ela, acrescentando ainda que havia uma van ao lado da pessoa que jogou o objeto.

O motorista do ônibus que levava a copeira, que tinha 41 anos, disse ter visto uma pessoa jogando a pedra, quando o veículo passava sob um viaduto, em Bangu, na Zona Oeste do Rio.

O corpo da copeira está sendo velado na Igreja evangélica Brasil para Cristo. O enterro está previsto para as 16h, no Cemitério de Campo Grande, na Zona Oeste.

Irene deixa duas filhas ? uma de 15 e outra de 22, que está de casamento marcado para o dia 10 de abril de 2010.

Como foi o caso

O ônibus da linha 397 (Tiradentes-Campo Grande) passava na madrugada de segunda-feira (16) pela Avenida Brasil, quando os passageiros ouviram um grande estrondo. Em seguida, viram que uma pedra, que estava ao lado de um dos bancos, havia atingido a copeira.

?Todo mundo pensou, na hora, que fosse uma batida de carros. Mas, logo, o cobrador, que estava perto, viu que a pedra atingiu a cabeça dela em cheio. A gente entrou em desespero e começamos a gritar para o motorista seguir para o hospital. Provavelmente, quem jogou a pedra queria que o ônibus parasse para assaltar?, contou a também copeira, Gilsimara dos Santos, 22 anos, que trabalhava com a amiga, mas resolveu sentar um pouco mais atrás.

O motorista levou o ônibus para uma Unidade de Pronto-Atendimento (UPA), aonde chegou cerca de dez minutos depois, mas Irene já estava morta ao ser atendida pelos médicos. De acordo com a assessoria da Secretaria estadual de Saúde, a vítima sofreu extensa fratura no crânio.

Viaduto em obras

Em nota oficial, a Polícia Militar informou que não chegou a ser acionada para o caso. De acordo com a PM, o viaduto que fica na Avenida Dra. Maria Estrela está em obras, e não há histórico de arremesso de qualquer objeto naquele local. A PM reforçou a segurança na região e nas vias próximas.

Irene, que trabalhava em uma casa de festa, saiu de Botafogo, na Zona Sul, às

23h. Embarcou no ônibus 397 por volta de meia-noite e seguia para casa, junto com Gilsimara. ?Ela sempre gostava de sentar ali, no banco atrás do cobrador. Eu preferia ficar na outra fileira, mais atrás. Que tragédia, meu Deus?, desabafou a amiga.

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