Morte de garota no Hopi Hari faz 1 ano; saiba como está o caso

Gabriella se desprendeu do assento do brinquedo conhecido como Torre Eiffel, uma espécie de elevador. Ela sofreu traumatismo craniano.

Morte de garota no Hopi Hari faz 1 ano; saiba como está o caso | Reprodução
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A morte da adolescente Gabriella Yukari Nichimura, 14 anos, em um brinquedo do parque de diversão Hopi Hari, em Vinhedo, região de Campinas, completa hoje um ano sem que os responsáveis pela tragédia tenham sido julgados.

O próprio Ministério Público, que denunciou 12 diretores do parque, admite que nenhum vai para atrás das grades, mesmo que a Justiça entenda haver culpa na tragédia. Isso porque todos são acusados de homicídio culposo, sem intenção de matar. Nesse crime, a lei não prevê a perda da liberdade.

Assim, o máximo que pode acontecer com os réus é o cumprimento de uma pena alternativa, como prestação de serviço à comunidade ou a compra e distribuição de cestas básicas.

Gabriella se desprendeu do assento do brinquedo conhecido como Torre Eiffel, uma espécie de elevador. Ela sofreu traumatismo craniano e parada cardíaca.

De acordo com o promotor Rogério Sanches Cunha, que conduz o processo criminal, não foi possível provar o homicídio doloso (com intenção de matar), tampouco o dolo eventual (quando o risco de matar é assumido), porque não foram encontrados elementos suficientes para provar que a direção do Hopi Hari não se importou com a morte da adolescente, que morava no Japão e passava férias no Brasil.

As investigações foram conduzidas pela promotoria, em conjunto com a Polícia Civil. ?Houve negligência desde a instalação até a manutenção do brinquedo, mas isso não pode ser traduzido em vontade de matar?, disse o promotor.

Segundo Cunha, a ação ainda está na fase da defesa escrita, um das primeiras do trâmite processual. ?Depois, a defesa e a promotoria ainda vão rolar as testemunhas e vai acontecer a audiência de acusação. Acreditamos que o julgamento ocorra até o final deste ano?, afirmou.

Parque afirma ter fechado acordo com família

O Hopi Hari divulgou uma nota na tarde de sexta-feira afirmando ter entrado em acordo, homologado pela Justiça, com a família de Gabriella Yukari Nichimura. O parque não deu detalhes do suposto acerto. O advogado da família de Gabriella, Ademar Gomes, não confirmou o entendimento. Segundo ele, os familiares da jovem vão se pronunciar sobre o assunto na quinta-feira.

Na última quarta-feira, antes portanto do comunicado do Hopi Hari, Gomes disse que o valor da indenização pedida era de

R$ 5 milhões. Na ocasião, ele criticou a Justiça e disse que a indenização estava longe de ser paga. ?A direção do Hopi Hari ainda não foi nem intimada, o que é elementar nesse tipo de processo ?, disse na ocasião.

Gomes também abriu fogo contra a primeira perícia realizada pelo IC (Instituto de Criminalística). De acordo com ele, a análise foi feita no banco errado do brinquedo. ?A perícia foi no banco do meio. Apenas na segunda vez o exame foi feito no assento correto, que era o da lateral. Toda essa situação atrasa o trâmite do processo, o que é lamentável?, declarou o advogado. Os pais da jovem moram no Japão e estavam em férias no Brasil no período do acidente. O DIÁRIO tentou contato, mas não os localizou.

Brinquedo ainda está interditado

O brinquedo Torre Eiffel está interditado desde a morte de Gabriella. O elevador tem 69,5 metros de altura, o equivalente a um prédio de 23 andares. A promotora Ana Beatriz é a responsável pelo termo de ajustamento de conduta que obriga o parque a se adequar a uma série de medidas preventivas com o objetivo de impedir novas tragédias. ?Eles estão cumprindo todas as nossas determinações e por isso não foram multados?, afirmou. O descumprimento prevê multa diária de R$ 95 mil.

5 mi

é o valor pedido de indenização pela família de Gabriella.

Parque diz que vai cumprir com obrigações

Em nota, o Hopi Hari disse que ?cumprirá com todas as suas responsabilidades perante à família Nichimura?.

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