Flávia da Costa Silva, de 26 anos, atingida na cabeça por uma bala perdida dentro de um ônibus, no Lins, na sexta-feira, morreu nesta segunda (24), após internação no Hospital do Andaraí, na Zona Norte do Rio. Segundo o pai da jovem, Luiz Gustavo da Silva, a família aguardava a liberação do corpo, por volta das 10h. A informação da morte foi confirmada pela assessoria do hospital.
Ainda segundo Luiz Gustavo, Flávia não respondia mais a estímulos e teve a morte cerebral, com quadro irreversível, no fim da noite de sexta-feira (21).
Flávia chegou às 9h ao Hospital do Andaraí, onde foi operada, e só saiu do centro cirúrgico às 17h de sexta. Ela foi atingida na cabeça na Rua Araújo Leitão, quando estava no ônibus da linha 232 (Praça XV-Lins).
A Polícia Militar acredita que a bala perdida tenha partido de um tiroteio entre traficantes de favelas do Lins, no Subúrbio do Rio. O delegado Bruno Gilaberte disse que vai ouvir moradores e comerciantes do local para saber exatamente o que aconteceu.
"Aparentemente havia no local uma troca de tiros naquele momento", disse.
Flávia saiu do Méier, na Zona Norte, e ia para o Centro, o mesmo trajeto que faz há nove meses desde que começou a trabalhar. O ônibus passa por um dos acessos ao complexo de favelas do Lins. Segundo testemunhas, traficantes trocavam tiros naquele momento.
O motorista do ônibus, que não quis se identificar, disse que os tiroteios naquela área são constantes.
?Teve muito tiro e logo em seguida os passageiros começaram a gritar que tinha uma passageiro ferido, uma jovem?, disse.
Uma moradora contou que o ônibus parou e todos ficaram olhando e viram duas jovens socorrendo Flávia desacordada dentro do ônibus.
Luiz Gustavo Silva disse no hospital que a filha tinha se formado em química recentemente e estava feliz por ter conseguido o primeiro emprego na área que escolheu.