Com a chegada do Ônibus da Cidadania, na manhã desta quarta-feira (1º), no Conjunto de Favelas do Alemão, na Penha, Zona Norte do Rio, muitos moradores estão prestando queixa sobre abusos que teriam sido cometidos por policiais durante a ocupação da região.
Um morador, de 48 anos, disse que policiais invadiram a casa de seu irmão com violência. "Os homens de preto entraram e bagunçaram tudo. Chamaram meu irmão, que é trabalhador, de safado e tudo mais. Eles arrombaram, roubaram e comeram nossa comida", desabafou o morador, que é ajudante de obras e mora na comunidade Nova Brasília.
Nossa comunidade está sendo massacrada como nunca foi. O problema maior não é na parte baixa da comunidade, nas extremidades do bairro, mas dentro da comunidade, onde as câmeras não chegam", disse ele, que ficou na fila do Ônibus da Cidadania na manhã desta quarta.
Outra vítima é uma mulher, de 60 anos. Ela afirmou que teve a casa invadida e furtada. "Não estava em casa no momento, pois estava no trabalho. Entraram pelo buraco do ar condicionado e levaram minha TV de 14 polegadas que ainda estava na caixa e o netbook da minha filha", contou. Ela disse ainda que os invasores levaram os uniformes de competição da filha de 25 anos, atleta olímpica.
A passadeira disse que não quer acusar policiais militares. "Não sei quem foi e não posso acusar a polícia ou os militares que estão aqui. Não sei se foi polícia, vizinho ou bandido. Moro aqui no Alemão há três meses e já estou de mudança. Se pudesse, sairia do Rio agora mesmo".