A modelo Marcella Ellen Paiva, de 33 anos, foi condenada a 15 anos de prisão por matar friamente o noivo Jordan Lombardi, de 39 anos, dentro um motel e ainda tentar usar uma kombi escolar roubada para fugir. O julgamento aconteceu em 22 de outubro e o crime ocorreu em novembro de 2022, no Distrito Federal.
Segundo as investigações, o assassinato aconteceu após Marcella discutir com o companheiro, então ela atirou nele e fugiu. Poucas horas depois, ela foi encontrada em Cocalzinho de Goiás, a quase uma 1h30min do local do assassinato, no Setor de Postos e Motéis Sul, em Brasília. O julgamento pelo Tribunal do Júri durou quase 13 horas. Marcella foi condenada por homicídio, roubo com arma de fogo e porte ilegal de arma. Além disso, ela não poderá recorrer em liberdade.
Em nota, a defesa de Marcella informou que vai recorrer da decisão.
RELEMBRE O CASO
Marcella Ellen Paiva Martins, à época com 31 anos, foi presa horas após o crime, em 9 de novembro de 2022, seminua, tentando roubar uma kombi escolar na cidade de Cocalzinho de Goiás, no Entorno do DF.
Ela disse à polícia que era usuária de drogas e que foi acompanhante de luxo antes do relacionamento com Jordan Lombardi. Segundo o depoimento, o crime aconteceu depois que ela e o noivo tiveram uma discussão.
À época, um dos policiais envolvido na ocorrência disse à que um motorista de transporte escolar viu a mulher seminua, às margens da BR-070, pedindo ajuda. Marcella usava apenas uma blusa de frio presa na cintura e falou ao motorista que tinha sido estuprada.
No entanto, quando foi ajudá-la, o motorista acabou sendo ameaçado com um revólver. Segundo o policial, ela exigiu que o homem entregasse as chaves do veículo e o celular e ameaçou atirar nele.
Em depoimento, o homem disse ainda que Marcella não sabia ligar a kombi e o obrigou a empurrar o veículo. Ele estava sozinho e aproveitou uma distração da mulher para fugir e pedir socorro.
O QUE DIZ A DEFESA DA MODELO
"Marcella, inicialmente, foi denunciada e pronunciada pelos crimes de Homicídio qualificado por motivo torpe, roubo majorado pelo uso de arma de fogo e porte ilegal de arma fogo com numeração suprimida. Em grau de recurso a defesa conseguiu desclassificar para homicídio simples, mantendo os demais crimes. No julgamento a defesa pediu a absolvição pela legítima defesa, uma vez que o tiro disparado ocorreu durante uma agressão injusta de Jordan (vítima) contra ela. Em pedido subsidiário pugnou pelo reconhecimento de homicídio privilegiado em razão de Marcella ter agido sob o domínio de forte emoção e medo. Com relação aos crimes de roubo majorado foi defendida a tese de atipicidade, pois a vitima do roubo da Kombi declarou que após ser abordado por Marcella lhe apontando uma arma de fogo, decidiu espontaneamente ajudá-la, inclusive a ensinou a dar tranco e empurrou a kombi para ela por 3 vezes. Quando percebeu que Marcella estava muito nervosa, decidiu correr. Ocorre que a competência originária dos jurados no Tribunal do Júri é julgar crimes contra a vida. Entretanto, com base no princípio da atração, os crimes conexos são atraídos para julgamento no juízo competente pelo crime mais grave. Assim, os jurados tiveram o dever de também julgar os crimes de roubo majorado e porte ilegal de arma de fogo com numeração suprimida. Diante das particularidades e tecnicidade, o prazo de uma hora foi muito escasso para tecer argumentos de todos os crimes imputados a Marcella. No final, ela foi condenada a 05 anos por homicídio privilegiado; 07 anos e 09 meses por roubo majorado e 03 anos pelo porte de arma com numeração suprimida, ou seja, a vida valeu menos que o patrimônio. A defesa vai apresentar recurso no decorrer dessa semana."