Mizael Bispo manterá sua versão; acusação vai explorar contradições

Advogado diz que não mudará versão do réu em nenhuma hipótese

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A sentença do advogado e policial militar reformado Mizael Bispo de Souza, 43 anos, acusado pela morte de sua ex-namorada Mércia Nakashima, em maio de 2010, será conhecida nesta quinta-feira, quarto dia do seu julgamento, que ocorre no Fórum de Guarulhos, na Grande São Paulo, desde segunda-feira. Enquanto a defesa garante que não vai mudar em nada a tese de seu cliente, a promotoria afirma que vai explorar todas as contradições dele durante os quase três anos em que o processo permaneceu na Justiça.

Os trabalhos estão previstos para serem retomados às 9h com a promotoria dispondo de 90 minutos para fazer a acusação do réu. Em seguida, pelo mesmo tempo, será a vez da defesa. Depois disso, a acusação, a seu critério, tem mais uma hora para a réplica. Caso ela aconteça, os defensores também vão dispor de mais uma hora. A partir daí, o Conselho de Sentença se reúne na sala secreta com o juiz, promotor e advogados para proceder a votação dos quesitos. Terminada a votação, o juiz lê a sentença em plenário, com base na decisão dos jurados.

"Pedi a ele que descansasse, que orasse bastante. Enfim, que ajustasse o que tem de ajustar consigo mesmo para enfrentarmos um duro dia, sem dúvida nenhuma", disse o advogado de Mizael, Ivon Ribeiro.

De acordo com o defensor, o réu disse a ele que pode cumprir o tempo que for, caso condenado, mas que é inocente. "Não tem a mínima possibilidade de mudança de tese", disse ele. Durante o julgamento do goleiro Bruno, na semana passada, em Minas Gerais, o atleta mudou a sua tese para ser beneficiado com a redução de pena.

O assistente de acusação Alexandre de Sá Domingues disse que, somente no interrogatório, anotou cerca de 20 contradições. "O Mizael é muito criativo. No tempo em que ele permaneceu na cadeia, conseguiu inventar mais história ainda. Não é à toa que ele escreveu um livro. Ele poderia ser um romancista", disse ele. "Apontaremos no debate contradições do senhor Mizael. Ele mente e a prova técnica o desmente", prosseguiu.

Jurista antecipa estratégia de debate em julgamento de MizaelClique no link para iniciar o vídeo Jurista antecipa estratégia de debate em julgamento de Mizael

De acordo com o advogado, está nítido que o réu não tem intenção de confessar o crime. "A postura dele é arrogante. Não quisemos entrar no sistema de acusação. Não queremos um julgamento sensacionalista. O processo reclama a condenação de um réu culpado", disse.

O promotor Rodrigo Merli Antunes afirmou que vai mostrar no plenário o resultado do crime. "Vamos mostrar como a vítima ficou e como ele deixou a vítima. Vamos demonstrar que o cidadão que está sendo julgado não é o Mizael de 2013, mas o de maio de 2010. Perdão e clemência ele não teve com a vítima. A estratégia dele não cola", disse ele.

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