A Polícia Civil concluiu na quarta-feira (7), o inquérito da morte do gerente bancário Gleyson Batista, de 33 anos, morto e degolado após ter uma relação sexual com o Mister Teen Rondônia 2015 em Ouro Preto do Oeste (RO), na região central do estado. Conforme o delegado que conduz o caso, quatro pessoas, entre eles um menor de 15 anos e o modelo foram indiciados por latrocínio, ocultação de cadáver e formação de quadrilha qualificada.
O crime aconteceu no dia 28 de novembro, quando, segundo a polícia, o Mister Rondônia Universo Teen 2015, João Victor Doenha, 19 anos, teria convencido a vítima a se encontrar com ele em um local conhecido por Morro Chico Mendes.
"A função de Victor dentro da quadrilha seria atrair a vítima para o local. Conforme informações, eles já haviam tido uma relação amorosa e a vítima estaria o assediando. Ele sabia que a vítima iria a qualquer lugar que ele chamasse, segundo a versão dada pelo João Victor", conta o delegado da Polícia Civil Júlio Cesar Ferreira.
Segundo o inquérito, João Victor e a vítima se encontraram no local, mas o Mister convenceu Gleyson a ir para uma parte mais isolada do morro e de difícil acesso, conhecida como Terceira Rampa. Lá, após terem uma breve relação sexual, foram abordados pelos outros três comparsas.
"O João e a vítima estariam em um momento de intimidade, quando os outros envolvidos chegaram à Rampa 3. Inicialmente falaram que só iriam fumar maconha, mas quando Gleyson tentou deixar o local, o menor anunciou o assalto", comenta Roberto dos Santos, delegado da Polícia Civil.
Conforme o depoimento dos suspeitos e a reconstituição do crime, Gleyson não teria entregado as chaves do veículo. Neste momento o menor pegou uma pedra, de aproximadamente 10 quilos, e a usou para agredir a vítima com cerca de três golpes na cabeça.
Posteriormente o gerente foi esfaqueado por cinco vezes na região do pescoço e, por fim, foi degolado por um dos suspeitos. Segundo o delegado Roberto dos Santos, o crime foi premeditado.
"Uma semana antes eles se reuniram, pois queriam o veículo da vítima. No dia do crime eles tiveram uma nova reunião e levaram luvas para o local do crime, já com o pensamento no homicídio. A ideia era que o João se passasse por vítima, mas ele esteve ali o tempo todo e entregou uma faca para que a vítima fosse esfaqueada. Então todos participaram e todos serão indiciados pelo crime de latrocinio e ocultação de cadáver", conta Roberto.
Por causa do crime, a Polícia Civil indiciou João Victor Doenha, 19 anos, Maikssuel de Jesus Souza, 18 anos, Ronaldo Simões da Costa, de 20 anos, além de um adolescente de 15 anos. João e Ronaldo foram presos em Nova Mamoré (RO) tentando atravessar o veículo roubado para a Bolívia. Maikssuel foi detido dias depois e, em sua casa, foram encontradas as facas usadas no crime.
Os suspeitos foram indiciados pelos crimes de latrocínio, formação de quadrilha e ocultação de cadáver. Os três maiores de idade envolvidos no caso também responderão por corrupção de menores para prática de crime hediondo. O inquérito será entregue ao Ministério Público de Rondônia (MP-RO) de Ouro Preto do Oeste.
Se somadas, a pena mínima dos crimes praticados pode chegar a 27 anos de reclusão. O menor foi apreendido e encaminhado à Ji-Paraná (RO) e poderá cumprir medida sócio educativa, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), por até 3 anos. O modelo está preso na Casa de Detenção de Ouro Preto.
Crime
Gleyson Batista foi encontrado por um grupo de estudantes que fazia trilha no domingo (27), no morro Chico Mendes, em Ouro Preto do Oeste (RO), região central do estado. De acordo com o boletim de ocorrência, os alunos teriam visto sinais de sangue sobre algumas pedras próximo a um lugar conhecido como "Terceira Rampa". Os alunos seguiram as pedras sujas e chegaram próximos a uma queda, onde conseguiram ver o corpo da vítima.
Então, chamaram a polícia que foi ao local e constatou o homicídio. A perícia informou à polícia que o corpo apresentava várias perfurações, possivelmente de faca, no pescoço e escoriações pelo restante do corpo. Do primeiro local com marcas de sangue até onde o corpo foi encontrado, mais de 30 metros. A perícia não encontrou no local nenhum sinal de luta corporal.
Segundo as investigações, o homem teria sido visto pela última vez, na conveniência de um posto da cidade. Ele estaria com amigos, quando três homens chegaram e conversaram com ele. Ele voltou para mesa, e depois de receber uma ligação, saiu do local em seu carro, dizendo que voltaria.
Os amigos da vítima contaram à polícia que tentaram várias vezes contato pelo telefone, mas não conseguiram falar com ele mais. Ainda segundo o boletim de ocorrência, o pai da vítima já teria ido ao quartel de polícia na noite de sábado para saber se tinha acontecido algum fato, pois não sabia do paradeiro de seu filho.