SEÇÕES

Militar reformado da FAB morre após ser forçado a beber ácido durante assalto em SP

Militar reformado, Tiago Nicolau era conhecido pela dedicação à família e pela amizade com a comunidade local

Militar reformado da FAB morre após ser forçado a beber ácido durante assalto em SP | Foto: Divulgação
Siga-nos no


O município de Leme (SP) está em luto após a morte de Tiago Nicolau, de 30 anos, vítima de uma violenta agressão durante um assalto. O crime aconteceu no último dia 10 de junho, e Nicolau faleceu oito dias depois, na Santa Casa da cidade, em decorrência das graves lesões sofridas.

Segundo informações do boletim de ocorrência, o jovem foi rendido por dois assaltantes enquanto se deslocava pela estrada municipal Prefeito Dr. Sebastião Jair Mourão. Após ser agredido, ele foi forçado a ingerir um líquido, posteriormente identificado como ácido, o que causou extensas lesões na boca, língua, faringe e esôfago.

Além da agressão, os criminosos levaram o carro da vítima, um Renault Sandero prata, e o celular, ambos ainda não recuperados. Até o momento, ninguém foi preso.

Uma vida de superação e trabalho

Militar reformado da Força Aérea Brasileira (FAB), Nicolau deixou as fileiras da Aeronáutica em 2015 após um diagnóstico de neurite óptica, que resultou na perda total da visão do olho esquerdo. Apesar da limitação visual, ele seguiu trabalhando como motorista de aplicativo, sendo reconhecido por colegas e amigos como uma pessoa dedicada e batalhadora.

Amigos relataram que Nicolau era uma pessoa de coração generoso, sempre disposto a ajudar, e que tinha planos para o futuro, especialmente voltados para sua filha pequena, por quem nutria grande carinho.

Comoção e pedidos por justiça

O crime causou forte comoção nas redes sociais, com amigos, familiares e moradores de Leme expressando indignação e tristeza. A advogada Luana Sampaio, amiga da vítima, escreveu um emocionado depoimento relembrando a última conversa que tiveram.

“O que me corta o coração é que, no dia em que tudo aconteceu, tínhamos marcado de tomar um café. Você não apareceu. Aquele café nunca aconteceu. Agora ficou a xícara cheia de tudo o que ficou por dizer, por viver, por contar”, escreveu.

Uma prima de Nicolau também se manifestou nas redes, lamentando a impossibilidade de uma despedida digna. Por conta da condição do corpo, o caixão precisou ser lacrado durante o velório e sepultamento, realizado na última sexta-feira (20), no Cemitério Municipal São João Batista, em Leme.

“Nos tiraram até a despedida dele. A justiça dos homens pode ser falha, mas a justiça de Deus não”, desabafou.

Investigações em andamento

O caso segue sendo investigado pela Polícia Civil de Leme, que trabalha para identificar e localizar os autores do crime. Até a última atualização desta reportagem, a Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP) ainda não havia divulgado novas informações sobre o andamento das investigações.

Tópicos
Carregue mais
Veja Também