O presidente do Conselho Nacional LGBT e também coordenador nacional de promoção dos Direitos de LGBT da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), Gustavo Bernardes, chegou em Teresina ontem à noite para tratar das ameaças provocadas pelo suposto grupo Irmandade Homofóbica contra a população homossexual do Piauí .
Nesta quarta-feira ele vai discutir com os militantes do Grupo Matizes e com autoridades locais ameaças da suposta Irmandade Homofóbica que atingiu até a coordenadora e militante Marinalva Santana, que foi ameaçada de morte em um post do facebook.
De acordo com a coordenadora, além de tratar deste caso, Gustavo Bernardes também vai cumprir uma agenda relacionada à homofobia no Piauí. Hoje acontecerá uma reunião às 10 horas da manhã na Delegacia Especializada de Repressão às Condutas Discriminatórias, com a presença do delegado Sebastião Escórcio.
É provável também a presença da promotora Mirian Lago. ?A vinda do presidente aqui, além de uma manifestação de solidariedade, mostra que a SDH está se empenhando em fazer um apelo aos poderes constituídos na celeridade das investigações?, avalia Marinalva.
Segundo Marinalva, a vinda do presidente se deu, pois há algum tempo os casos de violência vêm chamando atenção. Ela aponta que o Relatório de Crimes do Disque 100 do ano de 2012 registrou que o número de denúncias no Piauí era três vezes maior do que a média nacional.
Nacionalmente eram cerca de 2 denúncias para cada 100.000 habitantes. No Piauí o número era 06 casos denunciados para mesma quantidade de população. O caso recente que ameaça a vida de uma coordenadora do Matizes deixou a SDH em alerta.
Uma rede de atenção vem se mobilizando no Estado para coibir a ação da suposta Irmandade. Marinalva já conta com o apoio do corregedor do Tribunal de Justiça, o desembargador Francisco Paes Landim Filho, o Matizes segue acompanhando as investigações para identificar os suspeitos e punir os culpados.
Segundo a militante, o delegado Sebastião Escórcio, que está à frente do caso na Delegacia Especializada, e que segundo Marinalva está se empenhando bastante, dando celeridade ao caso.
Por orientação do delegado, Marinalva conta que não pode dar maiores detalhes sobre a investigação. ?Até agora a orientação é não comentar muito acerca das investigações, para não atrapalhar a apuração. Esperamos que a polícia identifique os culpados e puna conforme previsto na lei?, afirma Marinalva.
Estas ameaças começaram quando o Grupo Matizes, em defesa dos direitos dos homossexuais, denunciou à Polícia Civil no dia 26 de fevereiro a atuação da atuação ?Irmandade Homofóbica? em Teresina.
Após isso, seguiram-se ameaças feitas pelas redes sociais contra Marinalva. Ela prontamente procurou o Disque 100 e a delegacia especializada de Direitos Humanos para denunciar mais este grave episódio de homofobia no Piauí.