Segundo investigações da TV Globo, milicianos que perderam território para o tráfico estão envolvidos na execução de usuários de drogas, deixando os corpos em áreas de onde foram expulsos, numa tentativa de incriminar os traficantes. Durante o período entre domingo (4) e quarta-feira (7), foram encontrados quatro corpos na região da Gardênia Azul.
A Gardênia Azul está localizada na região conhecida como Grande Jacarepaguá, que tem enfrentado intensas disputas entre traficantes e milicianos nos últimos seis meses. Essa mesma região foi palco da destruição de um veículo blindado da Polícia Militar na quarta-feira (7), conhecida como Bateau Mouche.
O veículo conhecido como Caveirão estava posicionado no topo da comunidade quando foi atingido por uma bomba improvisada. Após o impacto, o veículo deu marcha à ré, porém foi alvo de ataques subsequentes até ser incendiado. As chamas rapidamente se espalharam pela mangueira de combustível, resultando na destruição completa do veículo.
Os oito policiais que estavam dentro do veículo blindado inalaram uma grande quantidade de fumaça resultante do incêndio. Equipes dos bombeiros prestaram atendimento imediato, e os policiais foram liberados após receberem os cuidados necessários.
De acordo com informações da Polícia Militar, a base da corporação localizada no Bateau Mouche também foi alvo de ataques por parte de traficantes. Essas ações são consideradas como uma represália pela morte de David Odilon Carvalho de Oliveira, líder do tráfico na comunidade. Oliveira foi baleado durante um confronto com os policiais no último domingo (4).
Em uma rede social, o governador Cláudio Castro escreveu: “Nossa luta contra o crime é diária. Não vamos permitir que a bandidagem se crie aqui. Nada vai impedir o trabalho das polícias. Esse ataque de hoje a blindado que estava numa base do Batalhão de Jacarepaguá é inadmissível.”
Depois do ataque, a PM informou ter reforçado a segurança na região com apoio de equipes de outros batalhões. “O efetivo da Praça Seca está sempre sendo reforçado. Não só o efetivo do 18º batalhão, um batalhão que recebe muito apoio, muitas ações de inteligência, muitas operações. Então a gente vai continuar nesse trabalho, nessa intensidade naquela região pra que a gente possa trazer o equilíbrio e minimizar os impactos para aquela comunidade”, disse o secretário da PM, coronel Henrique Pires.