“Meus netos tinham medo do Sandro”, diz mãe de Bianca Consoli durante júri

Marta Consoli contou que tem 100% de certeza que motoboy é culpado

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A mãe de Bianca Consoli, Marta Consoli, afirmou que seus netos tinham medo do motoboy Sandro Dota, acusado de matar a universitária em 2011. Marta é a primeira testemunha a ser ouvida no júri do caso Bianca, que teve início nesta terça-feira (23).

Segundo Marta, o filho de Daiane Consoli ? irmã da vítima e com quem Sandro era casado na época do crime ? contou à família que o motoboy o sufocava com um travesseiro de "brincadeira".

? Falava que ele [Sandro] sufocava com o travesseiro, até ele [Danilo, o filho] espernear.

Sobre o relacionamento com o filho de Daiane, Marta contou que Sandro dava banho no menino ? hoje, a criança está com 12 anos. A mãe da vítima disse que, quando soube, alegou que "o menino era grande e não precisava mais de ajuda para se banhar". Marta afirmou ainda que questionou "se Sandro lavava sua cabeça", ao que o menino teria respondido que o motoboy lavava "até o bumbum dele".

Em seu depoimento, a mãe de Bianca contou que Dota forçava os enteados a chamá-lo de pai e que passou a acreditar 100% que o acusado era culpado do crime, quando a calça do motoboy passou por perícia.

Marta afirmou ainda que, depois do crime, soube que Dota assediava várias mulheres no bairro, além de sua filha Bianca.

Formação do júri

Quatro homens e três mulheres formam o Conselho de Sentença que definirá o futuro do motoboy. Os sete jurados foram sorteados entre os 35 convocados pela Justiça de São Paulo. O Conselho de Sentença foi instalado pela juíza Fernanda Afonso de Almeida, que presidirá o júri. Durante o processo, tanto defesa quanto acusação tiveram o direito de recusar, por três vezes, o jurado sorteado.

?A sensação que tenho é de que estou vendo minha filha morta de novo", diz mãe de Bianca Consoli.

Ao todo, 17 testemunhas foram convocadas: cinco de acusação, seis da defesa, três comuns e três do juízo. Entre elas estão familiares da vítima, policiais e quatro peritas do IC (Instituto de Criminalística) e do IML (Instituto Médico Legal).

O crime

O corpo da universitária Bianca Consoli, 19 anos, foi achado pela mãe dela, caído próximo à porta de saída de casa, na zona leste de São Paulo, no dia 13 de setembro de 2011. Segundo a polícia, a jovem foi atacada quando havia acabado de tomar banho e se preparava para ir à academia.

Na cama, os investigadores encontraram a toalha usada pela jovem, ainda molhada. A garota teria reagido à presença do criminoso e começado uma luta escada abaixo. Foram localizadas mechas de cabelo pelos degraus.

Dentro da garganta da jovem, a polícia encontrou uma sacola plástica, usada pelo autor para asfixiar a estudante.

"Não tem como dizer que não foi ele", diz irmã de Bianca Consoli e ex-mulher do acusado

?Não consigo perdoar?, diz mãe de Bianca Consoli.

As investigações apontaram o motoboy Sandro Dota, cunhado da vítima, como o suposto autor do crime. Ele está preso desde o dia 12 de dezembro de 2011.

O motoboy nega as acusações e se diz inocente. Em julho do ano passado, ele foi para o Complexo Penitenciário de Tremembé, a 147 km de São Paulo. Dota alegou ter sofrido ameaças de morte no Centro de Detenção Provisória 3 de Pinheiros, na zona oeste da capital paulista, onde estava. Por este motivo, a Justiça teria determinado sua transferência.

Em agosto do ano passado, a acusação de estupro foi incluída no processo contra Sandro Dota. A defesa do réu, entretanto, nega o crime e diz que o laudo do legista é inconclusivo. Para a polícia, o crime teve motivação sexual.

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