Depois de quase dez horas, terminou às 23h45 desta quarta-feira (11), no Fórum Criminal da Barra Funda, Zona Oeste de São Paulo, o julgamento de Willians Herbas Camacho, o ?Marcola?. Acusado de ser um dos mandantes do assassinato do juiz-corregedor Antônio José Machado Dias, em 2003, ele foi condenado a 29 anos de prisão.
Segundo sentença proferida pelo juiz Alberto Anderson Filho, do 1º Tribunal do Júri da capital, Marcola não poderá recorrer em liberdade, pois "é reincidente e possui maus antecedentes".
Segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), o réu não compareceu ao julgamento. Marcola está preso em Presidente Venceslau, a 611 km de São Paulo.
Marcola deveria ter sido julgado no dia 1º de outubro. O júri, no entanto, teve de ser remarcado, pois seu advogado, Roberto Parentoni, se retirou do plenário após ter pedidos de adiamento da sessão negados.
Marcola já foi condenado a quase 40 anos de prisão por vários roubos. Ele responde a processos decorrentes da onda de ataques a bases da Polícia Militar (PM) e policiais em 2006.
Também acusado pela morte do juiz-corregedor, Júlio César Guedes de Moraes, o ?Julinho Carambola?, foi condenado a 29 anos de prisão no dia 2 de outubro. Ele já havia sido condenado a 73 anos de prisão por roubo e três homicídios.
Crime
O juiz-corregedor Antônio José Machado Dias foi morto em uma emboscada, em 14 de março de 2003, quando deixava o Fórum de Presidente Prudente, a 558 km de São Paulo. Ele fiscalizava o Centro de Readaptação Penitenciária (CRP) de Presidente Bernardes, apontado, na época, como o presídio mais rígido do país.
O Ministério Público denunciou Marcola, Carambola e outras quatro pessoas pelo crime com base em depoimentos de outros acusados. De acordo com a Promotoria, descobriu-se que a ordem da execução do juiz foi dada por Carambola e Marcola por causa da rigidez do juiz na concessão de benefícios a presos. Ambos negaram o crime.