A mãe de um jovem acusado de furto diz que foi coagida a dar dinheiro a PMs e a um policial civil para que o filho fosse liberado, em Cabo Frio, na Região dos Lagos do Rio de Janeiro. Ela denunciou o fato, e dois policiais foram presos em flagrante. Agora, a mulher diz que está sofrendo ameaças.
O caso já foi encaminhado para o Conselho Disciplinar da Polícia Militar, como mostrou o Bom Dia Rio.
Por medo, a mulher prefere não se identificar e evita sair de casa. Ela afirma que é perseguida e ameaçada por policiais: "Eu não posso sair, não posso ir ao mercado, eu não posso ir à farmácia. Eu estou presa. Eu não estou tendo sossego. Para onde eu vou, os policiais ficam me perseguindo, tentando, assim, me calar. Essa pressão em cima de mim", disse ela.
O drama teria começado na madrugada do dia 18 de março. Ela conta que a polícia bateu à porta de casa pedindo que acompanhasse os policiais à delegacia. Na viatura estava o filho preso sob suspeita de furtar uma motocicleta, mas antes de chegarem ao destino, ela diz que foi surpreendida.
"Ele falou que poderia contornar a situação. Eu falei: "como?". Ai ele falou que pagando", disse ela.
Policiais pediram R$ 10 mil, diz PM
Já na delegacia, com um policial civil de plantão, teria sido estipulado o preço pela liberdade do filho, que tem mais de 20 passagens pela polícia. "Eles foram lá para dentro, fizeram uma reunião e conversaram lá. Aí eles conversaram lá dentro e vieram para fora. Aí ele falou que eu tinha que pagar R$ 10 mil. Eu falei: "eu não tenho R$ 10 mil hoje. Eu só tenho R$ 3 mil", completou.
Os próprios PMs teriam acompanhado a mãe na procura por caixas 24 horas em busca de parte do valor exigido, mas como era madrugada os saques não foram autorizados. Ela disse que levantaria o dinheiro em dois dias e combinou um novo encontro. Ambos foram liberados.
A mulher foi orientada pelo Serviço Reservado da Polícia Militar a fingir que aceitava fazer o pagamento. No dia combinado, ela foi ao ponto de encontro, a delegacia de Cabo Frio. Mas numa rua perto da delegacia os dois policiais militares foram presos em flagrante quando recebiam o dinheiro. A participação do policial civil também está sendo investigada.